Sem sucessor apontado, Xi Jinping sinaliza ciclo longo no poder
O facto de a nomeação dos membros do Politburo do Partido Comunista Chinês (PCC) não apontar um possível sucessor na presidência da segunda maior economia do mundo, sinaliza que o actual líder Xi Jinping (na foto) deverá pretender continuar no cargo para lá de 2022, o ano em que voltará a realizar-se o congresso quinquenal do partido e cuja edição de 2017 termina esta semana.
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Segundo a Bloomberg, embora não tenha sido apontada essa sucessão clara, três dos responsáveis do Politburo (órgão de decisão intermédio que conta com 25 membros e para onde também foram indicados os principais conselheiros económicos e diplomáticos de Xi) são considerados suficientemente jovens para poder assumir as funções de liderança e poderão ser promovidos a essa condição a qualquer momento.
São eles Chen Miner, de 57 anos, líder do partido em Chongqing e antigo assessor de Xi; Ding Xuexiang, de 55 anos, que deverá ser o próximo chefe de gabinete do presidente; e Hu Chunhua, de 54 anos, líder do partido em Guangdong.
Ambos os órgãos - o Politburo e o seu Comité Permanente, onde se concentra a decisão política - estão dominados por elementos leais a Xi Jinping, o que deverá permitir uma implementação sem sobressaltos das políticas do actual presidente, refere a agência noticiosa.
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Além de Xi Jinping e do primeiro-ministro Li Keqiang, foram ainda nomeados para o Comité Permanente do Politburo o chefe de gabinete de Xi, Li Zhanshu, o vice-primeiro-ministro Wang Yang, o teórico do partido Wang Huning, o responsável anti-corrupção do PC chinês, Zhao Leji, e o líder do partido em Xangai, Han Zheng.
As idades dos responsáveis do comité permanente oscilam entre os 60 anos de Zhao Leji e os 67 de Li Zhanshu.
A indicação dos novos membros acontece na recta final de um congresso que elevou o estatuto do presidente chinês Xi Jinping dentro da história recente do partido, levando a que o seu pensamento seja inscrito na Constituição do PCC e faça parte dos princípios orientadores do partido único.
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"Quarenta anos de reformas e abertura tornaram possível ao nosso povo viver vidas decentes e até confortáveis. Acredito que o grande rejuvenescimento da nação chinesa se tornará uma realidade," afirmou Xi Jinping aos jornalistas. Xi defende que a China deve assumir-se como uma superpotência até 2050, apoiada numa classe média forte, uma presença militar robusta e com preocupações ambientais.
"A força de Xi significa que ele não tem de aceitar um sucessor pré-designado pelos seus antecessores. (...) Agora que ele é um líder incontestado, os próximos cinco anos devem ser mais tranquilos que os cinco anos anteriores," disse Dali Yang, politólogo na Universidade de Chicago, à Bloomberg.
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