O que vai acontecer durante a primeira fase do plano de paz para Gaza?
Com a aprovação por Israel e o Hamas do acordo, iniciou-se o cessar fogo e a retirada parcial das forças israelitas do território e está prevista a libertação dos reféns e de prisioneiros palestinianos. Saiba o que está em causa.
O cessar-fogo na Faixa de Gaza entrou em vigor às 12:00 locais (10:00 em Lisboa), anunciou o exército israelita, na sequência do acordo alcançado na quarta-feira entre Israel e o movimento islamita palestiniano Hamas.
O exército israelita iniciou esta sexta-feira a retirada de Gaza em direção à chamada linha amarela, em conformidade com o acordo de cessar-fogo em vigor, abandonando cidades como a capital e outras áreas urbanas.
Segundo confirmou a agência EFE no terreno, a retirada gradual das tropas permitiu que a população regressasse a bairros da Cidade de Gaza, como Tal al-Hawa e Sheikh Radwan, mas o movimento do sul para o norte do enclave continua proibido, com ataques de artilharia dissuasivos e vigilância por drones.
As tropas continuam estacionadas em zonas militares como o Corredor Netzarim, que divide Gaza em duas partes, desde o Kibutz Beeri até ao Mediterrâneo, o Corredor Filadélfia e o Eixo Morag, a sul.
Esta retirada inicial deixa cerca de 53% da Faixa de Gaza sob controlo israelita, cobrindo uma área de aproximadamente 185 quilómetros quadrados. Durante a ofensiva, Israel controlou — quer como zona militar, quer sob ordem de evacuação forçada — mais de 80% do enclave.
A Defesa Civil de Gaza, em comunicado, voltou hoje a instar os palestinianos a "não se aproximarem ou regressarem" às zonas onde as forças israelitas estavam estacionadas, especialmente as zonas fronteiriças da Cidade de Gaza, "até que as autoridades competentes anunciem oficialmente a retirada".
"O incumprimento deste aviso coloca a sua vida em risco. Instamos todos a respeitá-lo para a sua segurança e para facilitar o trabalho das equipas de emergência", acrescentou.
O Governo israelita ratificou na quinta-feira o acordo de paz inicial com o Hamas, que inclui a libertação de todos os reféns israelitas e a retirada parcial do Exército de Israel da Faixa de Gaza.
A ratificação do acordo era o último passo esperado para implementar os mecanismos previstos nesta primeira fase do plano lançado por Trump, que o Hamas também aceitou na madrugada de quinta-feira.
A guerra em curso na Faixa de Gaza foi iniciada quando o grupo islamita radical Hamas, que controla este território palestiniano, atacou solo israelita, a 07 de outubro de 2023, provocando 1.200 mortos e fazendo 251 reféns.
A retaliação de Israel já fez mais de 67 mil mortos entre os palestinianos, segundo dados do Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas.
As Nações Unidas declararam no mês passado uma situação de fome em algumas zonas do enclave.
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