EUA e Reino Unido devem assinar acordo comercial ainda esta semana
O novo pacto não isenta completamente o Reino Unido das tarifas "recíprocas" dos EUA, mas diminui a magnitude das taxas aduaneiras para o setor automóvel e para o aço, avança o Financial Times.
O Reino Unido e os EUA estão a aproximar-se nas negociações e devem fechar um novo acordo comercial ainda esta semana. Apesar de o pacto que está em cima da mesa não isentar o país europeu de todas as tarifas anunciadas no "dia da libertação" por Donald Trump, é expectável que leve a uma diminuição das taxas aduaneiras sobre o setor automóvel e o aço, de acordo com o Financial Times, que cita membros dos executivos britânico e norte-americano.
O acordo comercial, que já está nas fases finais de negociação, introduz quotas às exportações do Reino Unido para os EUA nestes dois setores. Dentro de um determinado limite, os produtos oriundos de território britânico vão pagar uma tarifa alfandegária inferior aos 25% anunciados em fevereiro e março por Trump.
Em contrapartida, Londres cede nas taxas de serviços digitais impostas às grandes tecnológicas, bem como diminui as taxas aduaneiras que os produtos agrícolas e o setor automóvel norte-americano enfrentam na entrada para o Reino Unido.
Apesar de as negociações estarem a dar frutos, as duas partes ainda não se conseguiram entender em relação a uma série de assuntos. Washington não dá o "braço a torcer" em relação a um alívio das tarifas sobre o setor farmacêutico e Londres recusa-se a adotar as normas de produção alimentar praticadas nos EUA, que poderiam pôr em causa um acordo com a União Europeia (UE) em relação ao tratamento de produtos de origem animal.
Além deste acordo, Donald Trump pretende assinar mais 16 tratados comerciais com grandes parceiros norte-americanos - alguns deles ainda esta semana. A promessa foi feita por Scott Bessent, secretário do Tesouro dos EUA, perante o Congresso. Sem detalhar, o membro da administração Trump revelou que vários países avançaram com "boas propostas".
Esta terça-feira, o Reino Unido também celebrou um acordo de comércio livre com a Índia. O governo britânico anunciou este tratado como o mais ambicioso desde a saída do Reino Unido da UE, enquanto o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, afirmou que é um "marco histórico" entre duas das maiores economias do mundo.
Curiosamente, as negociações com a Índia, que já se arrastavam há três anos, foram retomadas em fevereiro, quando a política protecionista do Presidente dos EUA já ameaçava a estabilidade do comércio global e trazia à ribalta o fantasma da recessão económica.
(Notícia atualizada)
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