Governo suíço acelera negociações com EUA para baixar tarifas de 39%
A Suíça foi apanhada de surpresa, na data em que celebrava o seu dia nacional, com o anúncio da Casa Branca de tarifas de 39% sobre os produtos suíços importados pelos Estados Unidos.

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O Governo suíço vai prosseguir as negociações com os EUA para alcançar um acordo sobre as taxas aduaneiras a aplicar, pretendendo assegurar que "algumas das preocupações" de Washington são acauteladas, mas que "os interesses suíços são salvaguardados" por forma a manter o país competitivo face a outros parceiros comerciais da maior economia mundial.
Depois de a Casa Branca ter anunciado uma tarifa de 39% a todos os bens importados da Suíça, que apanhou de surpresa o Executivo helvético e coincidiu com o feriado do Dia Nacional da Suíça, na passada sexta-feira, o Governo suíço emitiu esta segunda-feira um comunicado explicando o processo negocial.
O Executivo começa por indicar que está "determinado" em prosseguir as negociações com Washington, se necessário para lá de 7 de agosto - data prevista para a entrada em vigor das novas taxas alfandegárias.
O Governo do país europeu refere que "após contactos com o setor empresarial suíço" desenvolveu "novas abordagens" para as conversações com a Casa Branca. Assim, diz, está a envidar esforços para apresentar uma "oferta mais atrativa" aos Estados Unidos, levando em conta as preocupações expressadas por Washington.
Berna assinala que as tarifas anunciadas a 31 de julho iriam abranger cerca de 60% das exportações suíças para os EUA, o que, sublinha, significaria que a Suíça enfrentaria taxas alfandegárias muito superiores a outros parceiros comerciais comparáveis dos Estados Unidos, citando os casos da União Europeia (15%), Reino Unido (10%) e Japão (15%).
O Governo suíço frisa também que o excedente comercial do país face à maior economia mundial não resulta de "quaisquer práticas injustas de concorrência" e lembra que desde 1 janeiro de 2024 a Suíça aboliu as tarifas sobre todos os produtos industriais. Isto, salienta, "significa que mais de 99% dos bens oriundos dos EUA podem ser exportados para a Suíça sem qualquer taxa aduaneira".
Berna adota um tom conciliador e indica que "para já" não estão a ser consideradas quaisquer retaliações.
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