Relações comerciais: aproximação de Pequim a Bruxelas afasta Washington
Os Estados Unidos impuseram novas tarifas comerciais a produtos europeus poucas horas depois de Bruxelas e Pequim terem chegado a um acordo de investimento histórico. Joe Biden tinha pedido para ser consultado antes de Bruxelas oficializar a relação comercial.
À margem destas negociações ficaram os Estados Unidos. Joe Biden, que irá suceder a Donald Trump na Casa Branca, tinha pedido para ser ouvido pela União Europeia antes do acordo ser concluído, mas, apesar da insistência da Polónia, o mesmo não aconteceu, o que terá irritado o recém-eleito governante. "É simplesmente surpreendente que a União Europeia tenha sequer considerado apressar um acordo de investimento com a China a poucas semanas de Biden iniciar o seu mandato", disse o representante de um think-tank em Washington ao jornal britânico The Guardian.
De acordo com o documento que vai cimentar a relação entre as duas potências, a China compromete-se também a trabalhar para ratificar as convenções sobre trabalho forçado da Organização Internacional do Trabalho. Contudo, os críticos questionam a dedicação de Pequim, observando que esta não é a primeira vez que uma promessa semelhante é feita.
"As histórias que saem de Xinjiang são um autêntico horror. O que se ouve em Bruxelas é que estamos prontos para assinar um acordo com a China", publicou esta semana no Twitter o eurodeputado Guy Vernhofstadt. "Nestas circunstâncias, qualquer assinatura da China relacionada com direitos humanos não merece o papel em que foi escrita."
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