Em dia de reunião da Fed, Trump volta à carga e pede juros nos 2%

O Presidente dos EUA voltou a pressionar o banco central para retomar o ciclo de alívio das taxas de juro. A Fed deve ignorar.
Jerome Powell foi escolhido por Donald Trump para liderar a Fed no seu primeiro mandato.
Alex Brandon/AP
Ricardo Jesus Silva 18 de Junho de 2025 às 16:02

Donald Trump está empenhado em fazer com que a Reserva Federal (Fed) norte-americana retome o ciclo de alívio da política monetária. Depois de há duas semanas ter exigido um corte de um ponto percentual nas taxas de juro (que se encontram no intervalo entre 4,25% e 4,5%), o Presidente dos EUA decidiu ir ainda mais longe e, esta quarta-feira, apelou a um corte de 2,5 pontos percentuais

Se a Fed seguisse o conselho de Trump, a taxa de juro de referência fixar-se-ia no intervalo entre 1,75% e 2%. No entanto, os analistas e os economistas acreditam que o banco central deve optar por ignorar as pressões do Presidente e manter os juros diretores inalterados na reunião desta quarta-feira. "Posso nomear-me a mim próprio para a Fed? Eu faria um trabalho muito melhor do que estas pessoas", provocou o líder da maior economia do mundo, em declarações aos jornalistas. 

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Nos jardins da Casa Branca, Trump reafirmou que Jerome Powell, atual presidente da Fed, não vai ser reconduzido como líder do banco central e acusou-o de ser "estúpido" e "politizado". "Não há inflação [nos EUA] e, portanto, gostaria de ver as taxas baixarem", apelou o Presidente, acrescentando que seria favorável a uma eventual subida dos juros diretores mais tarde, se os preços voltassem a disparar.

O segundo mandato de Powell arrancou em 2022 e termina no próximo ano, em maio de 2026. Apesar de ainda faltar quase um ano para o fim do mandato, o Presidente dos EUA já veio dizer que, em breve, deve revelar o novo nome que deverá ficar à frente do banco central, deixando os investidores receosos em relação a um possível presidente "sombra" que mande mensagens antagónicas para o mercado. 

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A Fed ainda não procedeu com nenhum corte nas taxas de juro este ano, ao contrário do Banco Central Europeu (BCE) que já vai no quarto. Trump tem chamado a atenção para esta discrepância e, no início do mês, . "Está a custar ao país uma fortuna", declarou. 

(Notícia atualizada às 16:11 com mais declarações de Donald Trump)

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