Luís Amado pede mais "política" para resolver "espiral de crise"
A "política" é a resposta para a "espiral de crise" financeira, económica, social e política que o mundo vive e que também afecta a Europa e Portugal. Esta é a visão do antigo ministro dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado, que considera que não são os banqueiros centrais que têm de resolver problemas políticos.
PUB
Esta é a visão do antigo ministro dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado, que considera que não são os banqueiros centrais que têm de resolver problemas políticos.
O discurso teve lugar durante o VI Congresso da Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED), esta terça-feira, 3 de Maio, em Lisboa.
PUB
"Os bancos centrais têm dado tempo aos políticos", disse Luís Amado sublinhando que são os políticos que têm de resolver os problemas que a Zona Euro está a viver, como a "economia fragilizada, crescimento débil" e a baixa inflação.
PUB
O antigo governante sublinhou que o mundo vive um problema de falta de confiança. "Há de facto uma crise de confiança, muito profunda, apesar de condições extraordinárias para o consumo e o investimento", dando o exemplo das taxas de juro negativas e dos preços baixos das matérias-primas como o petróleo.
Apontou assim que o consumo e o investimento privado na Europa estão muito condicionados pelos "factores de confiança, num cenário de grande incerteza, instabilidade e insegurança, mesmo física, na Europa e vizinhança".
PUB
Luís Amado defende que há uma "crise de globalização" e que está a nascer uma "nova configuração da relação de forças" que põe em causa a "potência hegemónica dos Estados Unidos" e que está a dar lugar a "potências emergentes como a China e a Rússia".
Em resposta, têm surgido vários movimentos contra o fenómeno da globalização, tanto nos partidos políticos europeus como nos candidatos à presidência dos Estados Unidos, que defendem "nacionalismos e o proteccionismo".
PUB
"À nossa volta temos caos, desordem, desorganização, guerra e conflito e é assim que vamos ter que viver durante muitas décadas", antevê Luís Amado.
E deu o exemplo do terrorismo que tem assolado a Europa. "O terrorismo é um factor de instabilidade muito grande. Em termos económicos têm uma incidência directa, cada atentado tem um custo económico, foi assim em Paris e na Bélgica".
Saber mais sobre...
Saber mais Europa ministro dos Negócios Estrangeiros Luís Amado Congresso Associação Empresas de Distribuição APED Zona Euro Estados UnidosAdam Smith aos 250 anos
Quem pediu o euro digital?
Mais lidas
O Negócios recomenda