Os responsáveis da Reserva Federal (Fed) estão mais otimistas para o crescimento económico no próximo ano. No quadro de projeções que acompanha a decisão de política monetária desta quarta-feira, os membros da Fed preveem uma expansão do PIB de 2,3%, quando em setembro a projeção era de 1,8%. Para este ano, há uma revisão em alta mais ligeira, passando a previsão de 1,6% para 1,7%. Depois, em 2027 e 2028, deverá haver um abrandamento para 2,0% e 1,9%, respetivamente.

A revisão da projeção para um crescimento mais robusto no próximo ano reflete o final da paralisação do governo federal, que afetou a economia no final de 2025, e também os pesados investimentos em centros de dados pelas tecnológicas que estão a apostar em inteligência artificial, explicou Jerome Powell, presidente da Fed, na conferência de imprensa que se seguiu à reunião.        

Quando à inflação, medida pelo índice de preços das despesas no consumo pessoal (PCE), as previsões não registam grande variações. A inflação PCE - o indicador preferido da Fed para os preços - deve ser de 2,9% em 2025, enquanto nas projeções de setembro era de 3%. "A inflação tem estado relativamente elevada devido ao impacto das tarifas", disse Powell. No próximo ano, deve abrandar para 2,4%, contra uma projeção anterior de 2,6%, ficando ainda acima do alvo da Fed, de 2%, que deverá ser atingido apenas em 2028. 

Já o PCE subjacente, que retira as componentes voláteis dos alimentos e energia, deverá atingir os 3% este ano e os 2,5% no próximo – ambos com uma revisão em baixa de 0,1 pontos percentuais face à projeção de setembro.

No capítulo do desemprego, não houve alterações nas projeções para 2025 e 2026. Os responsáveis continuam a prever uma taxa de desemprego de 4,5% e de 4,4% para este ano e o próximo. Em 2027, deverá haver uma redução para 4,2%, contra os 4,3% projetados anteriormente.