Bloco num Governo do PS com maioria absoluta? Não servimos para jarras

A líder do Bloco de Esquerda rejeita a ideia de renovar o acordo com o PS caso o partido consiga uma maioria absoluta nas próximas eleições. E recusa a ideia de Centeno de que não haverá aumentos de salários na função pública até final da legislatura.
Bloco num Governo do PS com maioria absoluta? Não servimos para jarras
Nuno Carregueiro 01 de Junho de 2017 às 13:57

O primeiro-ministro António Costa já disse por várias vezes que tentará renovar o acordo com o Bloco de Esquerda e o PCP, mesmo que os socialistas ganhem as próximas eleições legislativas.

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Para Catarina Martins este cenário não faz sentido. A líder do Bloco de Esquerda, em entrevista à Antena1, foi questionada se o partido iria para o Governo "se o PS ganhar com maioria absoluta e decidir manter o acordo com os três partidos".

 

"Isso é ilógico", respondeu Catarina Martins, questionando "se um partido tem maioria absoluta, se aprova orçamentos sozinhos, qual é o papel dos outros partidos?"

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"Nós não servimos para jarras. Não somos elementos decorativos", disse a líder do Bloco de Esquerda, desvalorizando depois esse cenário de maioria absoluta para o PS. "Não há nada que o indique e julgo que as maiorias absolutas não têm feito bem nenhum ao país e nem isso está em cima da mesa neste momento", afirmou.

 

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Debate sobre aumentos de salários "agora"

 

Na mesma entrevista, Catarina Martins discordou da posição do ministro das Finanças, que esta semana, também em entrevista à Antena1, descartou a possibilidade de existirem aumentos de salários na função pública até ao final da legislatura.

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"Para lá do descongelamento de carreiras, haverá um momento em que temos que olhar para a tabela salarial da função pública", disse a líder do Bloco de Esquerda, acrescentando que o momento para o fazer é "agora".

 

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Catarina Martins justificou esta necessidade uma vez que "os dois primeiros escalões [da tabela salarial] já foram comidos pelo aumento do salário mínimo", sendo que em Janeiro (quando o salário mínimo voltar a subir) já serão três os escalões nesta situação.

 

"Quem é que neste pais defende que trabalhadores com 20 anos na função pública devem ganhar o mesmo do que quem acabou de entrar, porque o salário mínimo subiu", afirmou Catarina Martins.

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Questionado sobre se os aumentos de salários na função pública "vão ter que ficar para 2019", Mário Centeno respondeu na entrevista à Antena1 que "não temos prevista nenhuma actualização de tabelas".

 

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"O ministro disse aquilo que entendeu, nós dizemos aquilo que entendemos e vamos ter que conversar sobre esta matéria", afirmou Catarina Martins, reforçando que o aumento de salários na função pública "não é um debate encerrado". Pelo contrário, é um tema que "tem que ser debatido e negociado".

Catarina Martins quer aumentos de salários para a Função Pública “agora”
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