Pedro Nuno Santos acusa Carlos Moedas de "enganar os lisboetas"

O antigo líder do PS considera que é Carlos Moedas quem está a desrespeitar as vítimas do acidente no elevador da Glória, ao usar as mortes para "evitar discutir responsabilidades políticas".
Pedro Nuno Santos
Lusa
Ricardo Jesus Silva 08 de Setembro de 2025 às 17:32

O antigo líder do PS voltou à carga nas redes sociais. No seguimento da entrevista do Presidente da Câmara Municipal de Lisboa (CML) à SIC, onde o autarca descartou qualquer erro que lhe possa ser imputado no descarrilamento do elevador da Glória e apelidou Pedro Nuno Santos e Brilhante Dias de "sicários", o antigo ministro do PS acusa agora Carlos Moedas de "enganar os lisboetas para ter o seu voto". 

"Há várias pessoas a explicar que não pedem a demissão de Carlos Moedas, porque também não concordam com as demissões ou pedidos de demissão de Fernando Medina, Jorge Coelho ou Marta Temido. Só que o ponto, pelo menos o meu, nunca foi esse", começa por referir o antigo secretário-geral do PS numa publicação nas redes sociais. Para Pedro Nuno Santos, o líder da CML está "refém" das suas próprias palavras quando pediu a demissão de Medina devido ao que diz ser um "erro técnico", quando foram enviados dados de ativistas ucranianos para a Embaixada da Rússia.

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"Prestamos um péssimo serviço à democracia quando desvalorizamos a importância da palavra de um político. Degradamos a qualidade da nossa democracia quando achamos normal que os políticos digam o que for necessário para ganharem as eleições", acrescentou. Na mesma publicação, o antigo ministro das Infraestruturas e Habitação refere ainda que "quem pede responsabilização política não está a desrespeitar as vítimas", mas sim "quem as usa para evitar discutir responsabilidades políticas". 

Pedro Nuno Santos aproveitou ainda para se defender em relação às críticas diretas de Carlos Moedas a Alexandra Leitão, a Brilhante Dias e ao próprio. Depois de o Presidente da CML os ter apelidado de "sicários", o deputado do PS considera que essas palavras "não dizem nada sobre mim", mas dizem "muito sobre si próprio [Moedas], sobre o seu carácter e, já agora, sobre a sua moderação". 

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O descarrilamento do elevador da Glória aconteceu na quarta-feira da semana passada e levou à morte de 16 pessoas e deixou mais de 20 feridos. Os dados preliminares apontam para que o cabo que unia as duas cabinas do elevador da Glória “cedeu no seu ponto de fixação” da carruagem que descarrilou, revelou no sábado o Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários (GPIAAF).  Segundo a investigação, “o restante cabo” e todo o sistema, como “o volante de inversão e as polias onde este desenvolve o seu trajeto, encontravam-se lubrificadas e sem anomalias aparente”.

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