Pedro Nuno Santos acusa Carlos Moedas de "enganar os lisboetas"

O antigo líder do PS considera que é Carlos Moedas quem está a desrespeitar as vítimas do acidente no elevador da Glória, ao usar as mortes para "evitar discutir responsabilidades políticas".
Pedro Nuno Santos
Lusa
Ricardo Jesus Silva 17:32

O antigo líder do PS voltou à carga nas redes sociais. No seguimento da entrevista do Presidente da Câmara Municipal de Lisboa (CML) à SIC, onde o autarca descartou qualquer erro que lhe possa ser imputado no descarrilamento do elevador da Glória e apelidou Pedro Nuno Santos e Brilhante Dias de "sicários", o antigo ministro do PS acusa agora Carlos Moedas de "enganar os lisboetas para ter o seu voto". 

"Há várias pessoas a explicar que não pedem a demissão de Carlos Moedas, porque também não concordam com as demissões ou pedidos de demissão de Fernando Medina, Jorge Coelho ou Marta Temido. Só que o ponto, pelo menos o meu, nunca foi esse", começa por referir o antigo secretário-geral do PS numa publicação nas redes sociais. Para Pedro Nuno Santos, o líder da CML está "refém" das suas próprias palavras quando pediu a demissão de Medina devido ao que diz ser um "erro técnico", quando foram enviados dados de ativistas ucranianos para a Embaixada da Rússia.

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"Prestamos um péssimo serviço à democracia quando desvalorizamos a importância da palavra de um político. Degradamos a qualidade da nossa democracia quando achamos normal que os políticos digam o que for necessário para ganharem as eleições", acrescentou. Na mesma publicação, o antigo ministro das Infraestruturas e Habitação refere ainda que "quem pede responsabilização política não está a desrespeitar as vítimas", mas sim "quem as usa para evitar discutir responsabilidades políticas". 

Pedro Nuno Santos aproveitou ainda para se defender em relação às críticas diretas de Carlos Moedas a Alexandra Leitão, a Brilhante Dias e ao próprio. Depois de o Presidente da CML os ter apelidado de "sicários", o deputado do PS considera que essas palavras "não dizem nada sobre mim", mas dizem "muito sobre si próprio [Moedas], sobre o seu carácter e, já agora, sobre a sua moderação". 

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O descarrilamento do elevador da Glória aconteceu na quarta-feira da semana passada e levou à morte de 16 pessoas e deixou mais de 20 feridos. Os dados preliminares apontam para que o cabo que unia as duas cabinas do elevador da Glória “cedeu no seu ponto de fixação” da carruagem que descarrilou, revelou no sábado o Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários (GPIAAF).  Segundo a investigação, “o restante cabo” e todo o sistema, como “o volante de inversão e as polias onde este desenvolve o seu trajeto, encontravam-se lubrificadas e sem anomalias aparente”.

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