"A experiência do meu Governo termina aqui"

Matteo Renzi acabou de anunciar que vai apresentar a sua demissão já esta segunda-feira. Itália fica em suspenso à espera de saber o que irá acontecer no país. Também a Europa fica na expectativa.
Reuters
David Santiago 04 de Dezembro de 2016 às 23:32

O primeiro-ministro, Matteo Renzi, acabou de anunciar a sua demissão do Governo numa altura em que é já certa a vitória do "não" no referendo às alterações constitucionais realizado este domingo. "A experiência do meu Governo termina aqui", revelou Renzi na declaração em que assumiu a derrota no referendo. 

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Em declarações feitas no Palácio Chigi, Matteo Renzi especificou que comunicará a sua decisão já esta segunda-feira num Conselho de Ministros extraordinário, a que se seguirá a apresentação da demissão junto do presidente da República, Sergio Mattarella. 

O ainda primeiro-ministro italiano congratulou-se pela mobilização conseguida nesta consulta popular, retirando o facto positivo de muita gente ter ficado a conhecer melhor a Constituição do país, "o que creio ser muito positivo". Ainda na parte positiva, Renzi destacou "a grande festa da democracia" feita num país que "que acredita na política". 

O ainda primeiro-ministro italiano congratulou-se pela mobilização conseguida nesta consulta popular, retirando o facto positivo de muita gente ter ficado a conhecer melhor a Constituição do país, "o que creio ser muito positivo". Ainda na parte positiva, Renzi destacou "a grande festa da democracia" feita num país que "que acredita na política". 

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No entanto e já analisando o óbvio, Matteo Renzi reafirmou que "tentámos dar uma oportunidade de mudança" a Itália "mas não conseguimos convencer a maioria dos nossos cidadãos". Renzi fez questão de assumir ónus da derrota num referendo do qual, ainda em 2015, fez depender a sua continuidade à frente do Executivo transalpino. 

"Há raiva, desilusão, tristeza", reconheceu Renzi lamentando o fracasso nesta tentativa de "combater o populismo, simplificar o sistema e reduzir os custos da política". "Acredito na Itália e por isso queria mudá-la", atirou. 

Contudo Renzi não se ficou por aquilo que é costume serem as tradicionais declarações de derrota. Lembrando as vitórias do seu Governo - exemplificando com o "défice que cai, as exportações que crescem e a economia que não crescia e agora avança mais de 1% - o líder do PD criticou o facto de que o actual sistema político (bicameralismo perfeito) "há tanto tempo criticado por todos" se mantenha inalterado por questões de luta partidária. 

"Há raiva, desilusão, tristeza", reconheceu Renzi lamentando o fracasso nesta tentativa de "combater o populismo, simplificar o sistema e reduzir os custos da política". "Acredito na Itália e por isso queria mudá-la", atirou. 

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Contudo Renzi não se ficou por aquilo que é costume serem as tradicionais declarações de derrota. Lembrando as vitórias do seu Governo - exemplificando com o "défice que cai, as exportações que crescem e a economia que não crescia e agora avança mais de 1% - o líder do PD criticou o facto de que o actual sistema político (bicameralismo perfeito) "há tanto tempo criticado por todos" se mantenha inalterado por questões de luta partidária. 

Abre-se agora um período de indefinição em Itália. "Seja quem for o meu sucessor quero saudá-lo com amizade", ironizou Renzi que diz ser agora "tempo de eu me colocar a caminho, nesta era da pós-verdade". Ainda assim, Renzi afiançou - sem precisar se ainda com ele como primeiro-ministro demissionário - que o actual Governo irá ainda aprovar o Orçamento do próximo ano e garantir o apoio necessário às regiões afectadas pelos terramotos. 

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(Notícia actualizada às 23:55 com mais declarações)

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