Sócrates: "Há muito tempo que vivemos num governo de ninguém" na Europa
"As decisões não são tomadas por nenhum povo. Há muito tempo vivemos num governo de ninguém. Não se pode falar nem responsabilizar ninguém," afirmou em Lisboa, durante a apresentação de "O Dom Profano, Considerações sobre o carisma", o seu segundo livro no espaço de três anos.
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Referindo-se às decisões na União Europeia como tendo uma natureza "despótica", Sócrates manifestou um "enorme desencantamento democrático" em relação ao projecto europeu.
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"A natureza essencial do carisma é a oposição ao poder burocrático e ao poder dos aparelhos técnicos. O que encontram hoje é um projecto europeu que, longe de estar dependente da vontade dos povos, aparece-nos detido pelos novos aparelhos técnicos e financeiros sem rosto nem responsabilidade," disse.
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O ex-governante recorreu aos exemplos de França (retirar nacionalidade a condenados por terrorismo), na Dinamarca (com a proposta para "espoliar refugiados do que trazem nos seus bolsos") e ao Brexit ("um inêxito que demonstra a falta da democraticidade") para ilustrar a crise no projecto europeu.
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