Tensão na fronteira da Ucrânia leva UE a admitir resposta pesada

Reforço militar da Rússia na fronteira da Ucrânia fez soar os alarmes. Ministros dos Negócios Estrangeiros da UE admitem mão pesada, embora o objetivo seja evitar conflito armado. UE aprovou pacote de emergência à Ucrânia de 1,2 mil milhões.
Vyacheslav Madiyevskyy/Reuters
Susana Paula 24 de Janeiro de 2022 às 21:50

O aumento da tensão na fronteira da Ucrânia, com a ameaça de ataque russo ao país, levou os chefes da diplomacia da União Europeia (UE) a mostrarem-se preparados para uma resposta pesada, embora o objetivo seja evitar um conflito armado na Europa.

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Os ministros dos Negócios Estrangeiros da UE reuniram-se esta segunda-feira em Bruxelas e reiteraram o “apoio inabalável” à soberania e integridade territorial da Ucrânia, advertindo a Rússia de que qualquer agressão militar terá “graves consequências e custos avultados” para o país.

“O nosso objetivo é muito simples: evitar um conflito armado no Leste da Europa, evitar um conflito armado na fronteira entre a Rússia e a Ucrânia. Estamos longe de considerar que esteja esgotada a via política e diplomática. Pelo contrário, está em curso e deve ser prosseguida”, declarou o ministro português dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, aos jornalistas depois da reunião. Mas além da via diplomática, os chefes da diplomacia do bloco europeu admitem reforçar a capacidade de dissuasão, através de meios também económicos, como sanções.

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Ainda assim, o Alto Representante para os Negócios Estrangeiros da União Europeia (UE), Josep Borrell, afastou reações alarmistas e “colapsos nervosos” na crise entre Rússia e a Ucrânia, acrescentando que não há um sentimento de “ataque iminente”.

Nos últimos meses, a Rússia concentrou cerca de 10 mil soldados na sua fronteira com a Ucrânia, o que levou os EUA e os aliados da NATO a acusar Moscovo de pretender invadir novamente o país vizinho, depois de ter ocupado e anexado a Crimeia em 2014.

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Em resultado, os países da NATO anunciaram a colocação das forças em alerta e enviaram navios e aviões de combate para reforçar a defesa na Europa Oriental contra a atividade militar russa nas fronteiras da Ucrânia. O anúncio do reforço das forças da NATO coincidiu com o anúncio dos Estados Unidos e do Reino Unido de que autorizaram a saída de funcionários das suas embaixadas em Kiev. Uma posição que não foi tomada pela UE.

Por sua vez, o Governo português está em contacto com os cidadãos nacionais residentes na Ucrânia, sem prever retirar pessoal diplomático, e continua a desaconselhar as viagens não essenciais ao país.

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UE avança com ajuda de emergência

Outra forma de apoiar a Ucrânia é através de uma linha financeira. A Comissão Europeia anunciou esta segunda-feira um pacote de ajuda de emergência à Ucrânia de 1,2 mil milhões de euros, visando manter este país “livre e soberano” e apoiar Kiev nestas “circunstâncias difíceis”.

Para avançar com esta ajuda, a presidente do executivo comunitário, Ursula von der Leyen, disse contar com o Conselho e o Parlamento Europeu para adotar este pacote “o mais rapidamente possível”, para Bruxelas depois proceder ao “desembolso rápido de uma primeira parcela de 600 milhões de euros”.

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*Com Lusa

 

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Ministro dos Negócios Estrangeiros

 

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