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Bloco preocupado por PS não apresentar propostas para responder a incêndios  

O BE está preocupado por o PS ainda não ter iniciado o debate de propostas para o Orçamento do Estado para responder aos fogos florestais, mas os bloquistas não se demitirão das suas responsabilidades, disse hoje Catarina Martins.

Catarina Martins
Catarina Martins
12 de Novembro de 2017 às 20:56

"Preocupa-nos muito que a uma semana de entregar propostas na especialidade para o Orçamento do Estado para 2018 (OE2018), o PS, o partido que está no Governo" e, portanto, tem essa responsabilidade (o Governo já não o pode fazer), "não tenha ainda começado a debater o pacote de respostas aos fogos florestais", que o Orçamento prevê, afirmou hoje, em Coimbra, a coordenadora do BE, na sessão de encerramento do terceiro 'Fórum Floresta - Que políticas públicas?'.

Para responder à "tragédia dos fogos", há "uma de duas maneiras: com coordenação entre as forças políticas para apresentarem medidas pensadas, estruturadas, que respondam tanto à urgência social, como à reconstrução do território, como à nova própria forma de prevenção e de defesa da floresta" e meios para a Protecção Civil, ou através de propostas avulsas, considerou Catarina Martins.

Mas, "as medidas avulsas, da direita à esquerda, por muito bondosas que sejam", não "terão capacidade de fazer as mudanças de que o país precisa", sustentou.

Para o Bloco de Esquerda (BE), a coordenação de medidas "é a resposta certa, é essencial e é responsabilidade do PS dar algum passo para que isso aconteça", mas, se não acontecer, os bloquistas não se encolherão "perante nenhuma responsabilidade" e vão, "naturalmente, apresentar as propostas que tiverem de ser apresentadas", assegurou.

O BE vai fazer propostas e "lutar medida a medida por um país que responda por quem sofreu, por um país um pouco mais justo, por um país mais seguro e que faça as mudanças concretas, para que nunca mais" volte a acontecer "um verão como o de 2017", sublinhou.

"Temos de saber escolher e a escolha tem de ser a reconstrução do que foi perdido e a reconstrução de melhores condições, valer pelo emprego (cada emprego destruído no interior [significa] mais abandono do território), valer pelas condições de vida das pessoas, reconstruir é reconstruir as casas e é reconstruir capacidade produtiva", de forma mais segura, mais sustentável e "em nome das populações", acrescentou.

Por outro lado, "o Estado vai ter de entrar em terrenos privados e vai ter de os limpar", disse.

O Estado tem de ter "a coragem de assumir" essa tarefa e de "ressarcir-se, naturalmente, dos gastos que fizer e que os privados não fizeram", afirmou a líder do BE.

Do mesmo modo, destacou ainda Catarina Martins, também não se pode "achar normal" que "empresas privadas -- que, aliás, nunca deveriam ter sido privatizadas" --, como as energéticas EDP e REN ou de telecomunicações PT, continuem a "ter cabos por todo o território", à sua inteira vontade e sem "sequer limparem as faixas" por onde passam esses cabos.

"É preciso cobrar a quem deve, é preciso cobrar a segurança do país e é preciso ter um Orçamento do Estado que dê ao Estado a capacidade de fazer esse trabalho" e que dê às autarquias locais "capacidade de intervir no território".

Os terrenos abandonados não podem ser "algo que temos de aceitar porque o país é pobre e está frágil", pois isso fará com que o Portugal fique "cada vez mais pobre e cada vez mais frágil", concluiu Catarina Martins.

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