O Conselho de Estados é órgão consultivo do Presidente da República. Liderado pelo Chefe de Estado, fazem parte deste órgão o presidente da Assembleia da República, o primeiro-ministro, o presidente do Tribunal Constitucional, o Provedor de Justiça, os presidentes dos Governos regionais, antigos Presidentes da República, cinco cidadãos designados pelo próprio Presidente e cinco cidadãos eleitos pela Assembleia da República. E para estes cargos que os partidos têm estado a pronunciar-se.

Entre os partidos de esquerda, o Partido Socialista (PS) decidiu indicar Carlos César, antigo presidente do Governo Regional dos Açores e actual presidente do partido. César vai liderar a lista conjunto do PS, Bloco de Esquerda e Partido Comunista Português. De acordo com a edição de terça-feira do Diário de Notícias, Manuel Alegre tinha sido convidado por António Costa para ser reconduzido no Conselho de Estado. O convite tinha sido aceite. Mas, entretanto, o líder do PS e primeiro-ministro decidiu propor o nome de Carlos César. Em declarações ao DN, Manuel Alegre confirmou que tinha sido convidado e explicou que haverá a tradição de que o número da lista seja o secretário-geral ou o presidente do PS. Como António Costa está já no Conselho de Estado como primeiro-ministro, a escolha recaiu sobre Carlos César.

O Bloco de Esquerda (BE) revelou durante esta madrugada que propunha Francisco Louça, ex-coordenador do partido, para o Conselho de Estado. Segundo a agência Lusa, o nome do economista Francisco Louçã foi indicado depois de uma reunião da Comissão Política do BE, terça-feira à noite, em Lisboa.

Já o Partido Comunista Português (PCP) indicou ontem o nome de Domingos Abrantes, membro do Comité Central comunista para órgão consultivo do Presidente da República. Domingo Abrantes, foi deputado e um dos protagonistas da fuga de Caxias, já depois da evasão do forte de Peniche, protagonizada pelo histórico Álvaro Cunhal, segundo a Lusa.

Por parte dos partidos de direita, Francisco Pinto Balsemão deverá ser o nome escolhido pelo Partido Social Democrata (PSD) e deverá ser quem liderará a lista do PSD e CDS-PP. Francisco Pinto Balsemão integrava já o Conselho de Estado. É um dos fundadores do actual PSD, foi primeiro-ministro no início da década de 1980 e fundou o grupo Impresa – que tem órgãos de comunicação social como o Expresso, Visão e SIC – ao qual se mantem ligado.

Por parte do CDS-PP, Adriano Moreira é o nome escolhido. Foi presidente do CDS-PP, é professor catedrático e foi ministro do Ultramar antes do 25 de Abril de 1974. "O professor Adriano Moreira é um dos mais persistentes e profundos defensores do humanismo cristão em Portugal. A nossa corrente doutrinária não podia ficar melhor representada no Conselho de Estado", disse à Lusa fonte centrista. A indicação para o órgão de consulta do Presidente da República "é uma homenagem à sabedoria e um tributo ao sentido de Estado" de Adriano Moreira, afirmou a mesma fonte.

Esta quarta-feira, 16 de Dezembro, é o prazo limite para a entrega de listas, as quais serão votadas sexta-feira, em sessão plenária, escreve a agência de informação portuguesa. Assim, no dia 18 de Dezembro, a Assembleia da República elege os seus cinco representantes para o Conselho de Estado e o resultado será apurado com base na aplicação do método d'Hondt, muito provavelmente três elementos da esquerda e dois da antiga coligação governamental PSD/CDS-PP.