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Paulo Rangel diz que não há obstáculos ao reconhecimento do Estado da Palestina por Portugal

O ministro dos Negócios Estrangeiros diz que audição dos grupos parlamentares está concluída e que falta falar novamente com o Presidente da República.

Paulo Rangel diz que não há obstáculos ao reconhecimento por Portugal da Palestina
Paulo Rangel diz que não há obstáculos ao reconhecimento por Portugal da Palestina Sérgio Lemos / Medialivre
14:47

O ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, afirmou esta segunda-feira, em Londres, não ter identificado qualquer obstáculo ao reconhecimento por Portugal da Palestina como Estado e prometeu novidades para a próxima semana.

"Neste momento está concluído o processo de audição dos grupos parlamentares na Assembleia da República. Terei ainda que falar mais uma vez, eu e o senhor primeiro-ministro, com o senhor Presidente da República", afirmou, após um encontro com a homóloga britânica, Yvette Cooper.

Rangel adiantou que "até agora não há nenhum facto que vá interferir nesse caminho para o reconhecimento", referindo que "o processo está em andamento e terá desenvolvimentos para a semana".

O chefe da diplomacia portuguesa confirmou que este assunto foi um dos que foram discutidos durante a reunião com Yvette Cooper, pois o Reino Unido também está a ponderar reconhecer a Palestina como Estado durante a Assembleia-Geral das Nações Unidas, que se realiza no final do mês em Nova Iorque.

"Nós estivemos sempre [em] sintonia, nomeadamente com a França, o Luxemburgo e a Bélgica, ao longo deste ano e meio" e também com o Reino Unido, "a ponto de o ministro dos Negócios Estrangeiros na altura [David Lammy] nos ter informado previamente daquela que seria a decisão que o Governo inglês iria tomar no dia seguinte", adiantou.

Na semana passada, o executivo português ouviu os partidos com assento parlamentar sobre a possibilidade de Portugal reconhecer o Estado da Palestina na Assembleia-Geral das Nações Unidas.

Questionado sobre as críticas de Portugal ao ataque de Israel no Catar a 9 de setembro, matando cinco elementos do movimento islamita palestiniano Hamas e um polícia local, Rangel rejeitou acusações de dualidade de critérios.

"Se me falasse de governos anteriores, eles poderiam ser acusados disso. Este governo foi o governo que até agora mais fez pela solução dos dois Estados. Portugal foi sempre a favor da solução dos dois Estados desde que é uma democracia e até antes", argumentou.

Nesse sentido, Rangel revelou que deu instruções à delegação portuguesa na ONU para fazer uma intervenção no debate de terça-feira sobre este tema à parte da da UE para enfatizar a condenação dessa "atuação extraterritorial de Israel".

"Uma coisa é o combate ao Hamas como organização terrorista, que não há dúvidas sobre isso. Outra coisa é fazer incursão no território de um Estado que ainda por cima é um Estado mediador" das negociações de paz, justificou.

A agenda internacional dominou o encontro com Cooper, tendo sido discutidas as visitas do primeiro-ministro, Luís Montenegro, e do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, à China e Japão, e também a visita do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao Reino Unido esta semana.

"É uma visita muito importante para o Reino Unido, que é um aliado tradicional e, eu diria, íntimo dos Estados Unidos, mas também é muito importante para a Europa e até para a União Europeia [e] para a NATO em geral", disse Rangel.

O ministro português espera que "na questão da Ucrânia e, eventualmente, da pressão económica a ser exercida sobre a Ucrânia, possa haver alguns resultados".

(Notícia atualizada às 14:59 horas com mais informação)

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