Projeções: PS vence sem maioria e basta-lhe BE, CDU e, ou, PAN para governar
A projeção à boca das urnas feita pela Intercampus para a CMTV dá a vitória ao PS com 36,3% dos votos, um resultado que deixa os socialistas aquém da maioria absoluta. O PSD consegue 27,9%, o Bloco de Esquerda 9,9% e a CDU 6,3%. O CDS fica à frente do PAN mas arrisca eleger menos deputados do que o partido de André Silva. PS pode formar maioria só com apoio do Bloco ou da CDU.
O PS ganha as legislativas, mas sem maioria absoluta. PSD fica em segundo, Bloco em terceiro e CDU em quarto. O CDS deve ficar à frente do PAN, porém os centristas arriscam eleger menos deputados do que o partido liderado por André Silva.
Para garantir apoio parlamentar maioritário, ao PS basta juntar-se ao Bloco e, ou, à CDU, porém o intervalo mínimo de votação dos socialistas e da aliança entre comunistas e ecologistas pode não chegar aos 116 deputados.
São estas as conclusões principais da projeção à boca das urnas da Intercampus para a CMTV.
Segundo esta projeção, o PS garante uma votação entre 33,30% e 39,30% (valor médio é 36,3%), elegendo entre 102 e 114 deputados (valor médio é 108 mandatos). Qualquer destes resultados garante aos socialistas um resultado mais robusto face às legislativas de 2015 em que não foi além dos 32,31%.
O PSD obtém entre 24,90% e 30,90% (valor médio é de 27,9%), elegendo entre 75 e 87 deputados (valor médio dá 81 assentos), enquanto na terceira posição o Bloco de Esquerda consegue 7,9%-11,9% (9,9%), o que garante aos bloquistas entre 16 e 22 deputados (19 é o valor médio).
Em quarto, a CDU alcança entre 4,3% e 8,3% (6,3%), o que se traduz em 8 a 14 mandatos (11).
Renhida é a luta pelo quinto lugar, com CDS e PAN muito próximos. Os centristas obtêm entre 2,8% e 5,8% (4,3%) – 3 a 7 deputados (5) – e o PAN consegue 2,3%-5,3% (3,8%), o que lhe permitirá eleger entre 4 e 8 mandatos (6 é o valor médio).
Esta projeção da Intercampus coloca ainda em cima da mesa a possibilidade de a Iniciativa Liberal eleger 1 ou 2 deputados, e de Livre e Chega assegurarem um mandato cada.
As restantes projeções feitas à boca das urnas apontam para resultados em linha com os da sondagem da Intercampus. Todas dão uma vitória clara ao PS sem maioria absoluta, exceção feita à projeção da SIC que, no limiar máximo, ainda mantém aberta a porta a essa possibilidade.
Onde começam a surgir as divergências entre as quatro projeções divulgadas é no número de partidos necessários para que o PS garanta apoio parlamentar maioritário de, no mínimo, 116 deputados.
Enquanto a projeção da Intercampus coloca a possibilidade de bastar ao PS o Bloco ou a CDU (neste caso apenas nos melhores resultados possíveis) para chegar à maioria, por exemplo a da Católica para a RTP mostra que os socialistas conseguem somar 116 deputados não apenas em conjunto com o Bloco ou com a CDU, mas também com o PAN.
Também as projeções divulgadas pela SIC e pela TVI confirmam a possibilidade de bastar ao PS o apoio unipartidário do Bloco, da CDU ou do PAN para chegar à maioria absoluta, embora nem todos os intervalos contemplem essas possibilidades.
O conjunto das projeções mostram ainda que CDU e CDS arriscam perder em torno de uma dezena de mandatos relativamente aos deputados eleitos em 2015.
Leitura rápida aos números das projeções:
- PS ganha com vitória clara, porém sem maioria absoluta. Seja qual for o cenário, vai reforçar o seu grupo parlamentar comparativamente ao atual que é composto por 86 deputados;
- PSD fica em segundo mas deve evitar uma hecatombe eleitoral e, no limiar máximo, pode até não ficar muito distante dos atuais 89 deputados;
- Bloco consolida-se como terceira maior força política, restando a dúvida sobre se reforça a percentagem e o número de mandatos eleitos há quatro anos;
- CDU tem novo desaire eleitoral e arrisca ficar com menos de metade dos atuais 17 parlamentares;
- Também o CDS regista um novo mau resultado, devendo perder pelo menos um dezena de deputados, arriscando voltar aos tempos do "partido do táxi" e ser superado pelo PAN;
- PAN garante novo "brilharete", crescendo não só em percentagem de votos mas, sobretudo, em mandatos;
- É já quase certo que o Parlamento tenha novos partidos. Além dos seis atualmente representados, as projeções assumem que Livre, Aliança, Iniciativa Liberal e Chega poderão, todos em simultâneo ou apenas alguns, obter assentos na Assembleia da República.
Ficha Técnica
Sondagem Intercampus para a CM/CMTV, realizada no dia 6 de Outubro de 2019, com o objetivo de identificar o resultado da votação para as eleições Legislativas em 2019. Universo constituído por eleitores que participaram no ato eleitoral. Com recolha através de simulação de voto em urna, a amostra é constituída por 22303 entrevistas, recolhidas em 26 freguesias de Portugal Continental. O erro de amostragem, para um intervalo de confiança de 95%, é de mais ou menos 0,7%. Os resultados da projeção são diretamente obtidos a partir de uma sondagem realizada pela Intercampus.
(Notícia em atualização)
Mais lidas