pixel

Negócios: Cotações, Mercados, Economia, Empresas

Notícias em Destaque

Santana Lopes: "Admito que Governo possa não chegar ao fim da legislatura"

O candidato à liderança do PSD Pedro Santana Lopes admitiu hoje que o Governo possa não chegar ao fim da legislatura e estipulou como objectivo para os próximos dois anos, se vencer no partido, formar uma alternativa coerente.

Pedro Santana Lopes
Pedro Santana Lopes Bruno Colaço
25 de Outubro de 2017 às 22:14

Em entrevista à TVI, o antigo primeiro-ministro considerou que a moção de censura apresentada pelo CDS-PP ao executivo socialista, debatida e chumbada na terça-feira no parlamento, demonstrou uma confirmação do Governo "um bocado à força".

"Este Governo tem um secretário de Estado que tem de andar todos os dias em negociações, têm de andar a construir a maioria todos os dias. Eu quero formar uma alternativa contemporânea, sólida, mas principalmente coerente, que leve o PPD/PSD a liderar o espaço de centro-direita", afirmou, alertando que nas próximas legislativas os eleitores já sabem que o PS se pode "coligar com a extrema-esquerda".

Nesse ponto, Santana Lopes alertou que "faltam dois anos no máximo para as próximas legislativas".

"Admito que [o Governo] possa não chegar ao fim da legislatura. Esta frente de esquerda de socialistas, comunistas e extrema-esquerda é inédita na Europa e é má para Portugal", disse Santana Lopes, embora admitindo que esta solução terá a vantagem de "os portugueses saberem como é importante criar uma alternativa coerente".

Dizendo não estar "obcecado em discutir o centro esquerda e centro direita", Santana Lopes afirmou querer contar com todos, "socialistas moderados, liberais", e escolher "os temas essenciais" em que o partido deve fazer a oposição.

"Nestes dois anos, quero provar que somos melhores do que o Governo que está em funções", afirmou, dizendo acreditar que poderá vencer o PS em eleições legislativas até porque "a política muda num dia, numa semana".

Santana Lopes escusou-se a fazer grandes críticas a Rui Rio, que classificou como seu "oponente" na disputa pela liderança do PSD, mas lamentou a sua recusa quanto à sugestão que tinha lançado, de se realizarem debates em todas as distritais do país.

"Se em vez de 20, quiserem organizar 10, ou cinco, ou quatro, é com as distritais", disse.

Sem excluir participar em debates organizados pelas televisões ou rádios, Santana disse que não se pode negar, em primeiro lugar, o direito às bases de ouvir os candidatos à liderança.

"As televisões têm tempo limitado e nas distritais podemos estar toda a noite a debater", justificou.

Depois de Rui Rio ter dito na entrevista à TVI ser muito o que o separa de Santana Lopes, o antigo primeiro-ministro preferiu afirmar o contrário: "Tanta coisa que nos une, somos do memos partido, ele foi meu vice-presidente, ganhámos câmaras municipais no mesmo dia, temos a mesma ideologia no geral".

"Acho que tenho os melhores projectos, as melhores ideias, e as melhores obras", afirmou, acrescentando que a sua "obsessão" não é o défice zero -- uma ideia defendida por Rui Rio - mas é o crescimento.

Criticando a proposta de Orçamento do Estado para o próximo ano -- em pontos como a mudança da tributação para os recibos verdes ou a possibilidade do aumento da derrama -, Santana Lopes citou várias vezes o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.

"Se ganhar, como espero, o PPD/PSD terá um líder que entende que o Presidente da República não pode ser oposição aos governos. A oposição tem de se valer por si própria, não pode querer ganhar com a ajuda do Presidente da República", frisou, prometendo "colaboração exemplar" ao chefe do Estado.

Sobre o estilo de oposição do PSD nos últimos dois anos, Santana voltou a assumir "o legado de Pedro Passos Coelho em toda a sua dimensão", elogiou o "grupo parlamentar extraordinário", mas admitiu ser necessário entrar "num novo ciclo".

"Não podemos ter um líder crispado...não quero dizer que Passos Coelho o seja ou Rui Rio o fosse", afirmou, contrapondo que o actual Presidente da República é o "campeão dos afectos" e o primeiro-ministro "o campeão dos sorrisos", pelo menos até às recentes tragédias dos incêndios.

As eleições directas para a escolha do presidente do PSD realizam-se em 13 de Janeiro e, até agora, Santana Lopes e Rui Rio são os únicos candidatos anunciados.

Ver comentários
Publicidade
C•Studio