pixel

Negócios: Cotações, Mercados, Economia, Empresas

Notícias em Destaque

Secretário de Estado diz "nunca esperar" limitações à liberdade de expressão

O secretário de Estado dos Transportes disse esta segunda-feira nunca esperar reacções que limitam a liberdade de expressão, mostrando-se surpreendido com o protesto que o impediu de participar na conferência "A região metropolitana, a mobilidade e a logística".

03 de Junho de 2013 às 15:07

"Eu nunca estou à espera de reacções que limitam a liberdade de expressão, seja de membros do Governo, de organizações de trabalhadores ou de quaisquer outras pessoas", disse Sérgio Monteiro.

O governante falava aos jornalistas minutos depois de ter abandonado a conferência, que decorre em Lisboa.

O secretário de Estado preparava-se para falar quando cerca de duas dezenas de manifestantes da Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (FECTRANS) se levantou, começou a rir e a gritar: "Queremos o nosso dinheiro, este Governo para a rua".

De seguida, os manifestantes abriram uma faixa onde se lia "swaps? Basta de alimentar especuladores com o roubo dos nossos salários", colocaram narizes de palhaços e mostraram cartões vermelhos a Sérgio Monteiro.

Minutos depois, quando a organização tentou retomar os trabalhos, os ânimos exaltaram-se e ouviram-se gritos.

O governante ainda interveio numa tentativa de restabelecer a ordem mas, como o grupo se recusou a terminar o protesto, levantou-se e abandonou a sala.

Sérgio Monteiro foi seguido pelos manifestantes pela rua, onde teve de aguardar uns minutos pelo carro que o foi buscar, e os gritos só pararam quando o secretário de Estado entrou no veículo.

Aos jornalistas, o governante frisou que as pessoas que se estavam a manifestar "sabem que sempre que pedem reuniões têm tido acesso à apresentação das suas reivindicações".

"Sempre que temos pedidos de reunião, aceitamos, falamos, discutimos as políticas sectoriais, procuramos explicar as razões pelas quais estamos a fazer algumas coisas e, no entanto, aqui foi-me impedido de poder expressar a minha opinião", lamentou.

Por seu lado, o sindicalista Manuel Leal lamentou que os representantes dos trabalhadores e dos utentes não tenham sido convidados a participar na conferência e exigiu a demissão do Governo.

"É inadmissível que um Governo que deu cobertura ao autêntico escândalo financeiro que são as swaps continue em funções. Deve levar o mesmo caminho que [alguns] administradores levaram: o seu afastamento e a sua responsabilização política e criminal", frisou.

Para Manuel Leal, "se houve tentativa de cortar a liberdade de expressão, esta foi em relação às organizações representativas dos trabalhadores".

Ao final da manhã, os deputados do PSD e do CDS-PP decidiram abandonar a conferência "A região metropolitana, a mobilidade e a logística", promovida pela Área Metropolitana de Lisboa, para demonstrar "repúdio" face aos protestos desta manhã.

"Não posso deixar de manifestar que repudio de forma veemente o que aconteceu no início dos trabalhos, que é, a todos os títulos, lamentável", afirmou o deputado do PSD António Proa, posição que foi subscrita pelo CDS-PP.

O presidente da Estradas de Portugal, António Ramalho, que esteve presente no evento, decidiu não fazer a sua intervenção sobre o tema "Parcerias Público-Privadas (PPP) e Portagens Urbanas".

Também o presidente da Metro/Carris, que alegadamente estará envolvido em negociações das 'swap', deveria ter estado presente na sessão de abertura, mas faltou alegando doença.

A Área Metropolitana de Lisboa (AML) realiza hoje a conferência "A região metropolitana, a mobilidade e a logística".

Esta Conferência, promovida pela Comissão Permanente de Transportes e Mobilidade da Assembleia Metropolitana de Lisboa, tem como principal objectivo debater o Plano Estratégico de Transportes no âmbito da AML.

Ver comentários
Publicidade
C•Studio