PCP quer uma Lisboa "para lá do turismo"

O candidato do PCP à câmara de Lisboa apresentou esta quinta-feira as linhas gerais do seu projecto para a corrida à maior autarquia do país. João Ferreira afastou a possibilidade de acordos pré-eleitorais como os que existem a nível nacional com PS e Bloco de Esquerda.
Marta Moitinho Oliveira 26 de Janeiro de 2017 às 12:09

O candidato do PCP à câmara de Lisboa defendeu esta quinta-feira, 26 de Janeiro, a "recuperação da vocação produtiva da cidade" como uma das bandeiras para a campanha à maior autarquia do país. "[Há] vida para lá do turismo", disse João Ferreira na conferência de imprensa de apresentação da sua candidatura, onde afirmou estar a concorrer à presidência. 

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O candidato comunista afastou a possibilidade de um acordo pré-eleitoral que replicasse a nível local os entendimentos que existem a nível nacional. O PCP está disponível a assumir "todas as responsabilidades, incluindo a presidência" da câmara, disse no final da sua intervenção inicial. Esta ideia foi de novo repetida por João Ferreira em resposta a perguntas dos jornalistas que quiseram saber da probabilidade de existirem acordos. O candidato acrescentou que nas autarquias onde o PCP vence eleições "tem por hábito distribuir pelouros". "Outros cenários que possam resultar das eleições não vale a pena falar sobre eles", disse.

Além de alargar a "vocação produtiva" da cidade para lá do turismo, através das lojas tradicionais e das pequenas e médias empresas, João Ferreira propõe-se a desenvolver uma política de habitação que "ajude a inverter a saída dos que aqui nascem e vivem".

O património e o transporte público são outras das áreas para as quais a candidatura comunista mais se vai concentrar. Uma das medidas defendidas é, por exemplo, a existência de metro na zona ocidental da cidade de Lisboa.

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Antes de falar do programa, João Ferreira criticou a governação da cidade nos últimos anos. O candidato acusou os executivos PS e PSD e CDS de deixarem a cidade à "mercê dos especuladores imobiliários" e de terem limitado Lisboa à "monocultura do turismo". Estas foram algumas das áreas de intervenção criticadas, a par dos transportes públicos, que vivem uma "situação deplorável". 

"A alternância entre PS e PSD/CDS nunca foi algo a que os lisboetas tenham de se resignar", defendeu, desejando que se abra um "novo ciclo".

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