Lutou por uma sociedade melhor e mais justa. Agora que o desafio é outro, encara a candidatura à Presidência da República como uma forma de dar a palavra aos mais fracos. Amante da liberdade, diz-se um homem de "pouca fé". Mas garante ter grande esperança de que vença a "justiça plena". Não aceita dar a batalha por perdida. 

Durante largos anos vigorou a tradição de haver militares na Presidência da República. Também já passaram por Belém advogados, ensaístas e, mais recentemente, um economista. Desta vez há um ex-padre que se propõe residir no Palácio de Belém. Foi no dia 8 de Outubro que Jerónimo de Sousa revelou a decisão, tomada "por unanimidade" pelo Comité Central do PCP, de escolher o "camarada Edgar Silva" como o candidato comunista a Presidente da República. E apesar de assegurar ter sido "uma opção pessoal" – a de se candidatar ao mais alto cargo institucional da República –, Edgar Silva não deixou de reconhecer ter ficado surpreendido quando o colectivo comunista sugeriu o seu nome.