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Governo garante estar a trabalhar para agilizar teleconsultas da ADSE

O Governo garantiu hoje estar a trabalhar para encontrar uma alternativa "mais ágil e simples" ao procedimento das teleconsultas dos beneficiários da ADSE, depois de os hospitais privados terem considerado "impraticáveis" as regras impostas pelo subsistema de saúde.

ADSE
ADSE Bruno Colaço
14 de Outubro de 2020 às 15:48

"A ADSE está a trabalhar para encontrar uma alternativa ao atual procedimento que se revele mais ágil e simples para todas as partes, sem pôr em causa a necessária transparência e regularidade do processo", disse à Lusa fonte oficial do Ministério da Modernização do Estado e da Administração Pública.

A resposta do ministério liderado por Alexandra Leitão surge depois de o presidente da a Associação Portuguesa da Hospitalização Privadas (APHP), Óscar Gaspar, ter dito à Lusa que "a ADSE não está a proporcionar aos seus beneficiários o acesso a teleconsultas" devido às regras impostas pelo susbsistema de saúde.

As teleconsultas comparticipadas pela ADSE arrancaram em 09 de abril, já em plena pandemia de covid-19, mas o subsistema de saúde da função pública só comparticipa duas consultas à distância por mês a cada beneficiário e apenas no regime convencionado.

Segundo o ministério, desde que a ADSE passou a comparticipar teleconsultas aos seus beneficiários até dia 11 de outubro, "foram submetidos a faturação online pelos prestadores 2.242 teleconsultas, das quais 1.600 foram confirmadas pelos beneficiários".

"Ao todo, 1.783 beneficiários que utilizaram a modalidade e 16 prestadores/locais de prestação submeteram teleconsultas ao abrigo da convenção", acrescenta o gabinete de Alexandra Leitão, indicando que a especialidade médica mais procurada na modalidade de teleconsulta é Oncologia Médica, com 601 teleconsutas (27% do total).

Para o presidente da APHP, "as regras definidas unilateralmente pela ADSE são impraticáveis" uma vez que os hospitais não têm como saber qual o número de teleconsultas já realizadas, tendo de suportar os custos no caso de o beneficiário ter ultrapassado as duas por mês.

A associação enviou em 08 de abril uma carta ao conselho diretivo do instituto de proteção e assistência na doença da função pública a alertar para a questão, mas até agora não obteve resposta, indicou o presidente da APHP.

Na carta, a associação alertava o instituto para o facto de "a generalidade dos hospitais" privados não conseguirem aplicar as regras, sustentando que elas constituíam "um risco financeiro" para o prestador.

"O limite de duas consultas por mês por beneficiário não é controlável pelo prestador, uma vez que o beneficiário poderá realizar consultas noutros prestadores" e "não sendo controlável, constitui-se como risco financeiro e de cobrança acrescido", pode ler-se na carta.

A APHP reconhece a necessidade do controlo por parte da ADSE, mas defende que deve ser feito pelo próprio instituto e não pelos hospitais, através de uma autorização prévia que poderá ser feita através de SMS ou email.

O número de beneficiários da ADSE é de cerca de 1,2 milhões de pessoas, incluindo os titulares (funcionários públicos e pensionistas), que descontam 3,5% do seu rendimento e que são a grande maioria, e os seus familiares.

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