Governo aprova alargamento do novo apoio social que criou no orçamento

O Conselho de Ministros alargou o acesso ao apoio extraordinário ao rendimento dos trabalhadores (AERT) ou seja, o apoio que foi criado no orçamento do Estado. Também aprovou uma norma para evitar que, na sequência das alterações do Parlamento, os trabalhadores independentes não passem a receber menos, embora não tenha explicado em que casos é que isso pode acontecer.
Ana Mendes Godinho
Rodrigo Antunes/Lusa
Catarina Almeida Pereira 08 de Abril de 2021 às 16:48

O Governo aprovou esta quinta-feira em Conselho de Ministros alterações ao chamado Apoio Extraordinário ao Rendimento dos Trabalhadores (AERT), que foi a grande aposta do Executivo quando foi elaborado o orçamento do Estado para 2021, em novembro, e que tem como referência o limiar de pobreza (502 euros), embora possa consistir em apoios muito mais baixos (a partir de 50 euros).

PUB

As alterações consistem por exemplo na alteração do período de referência que é tido em conta para avaliar a quebra de faturação dos independentes e sócios-gerentes, passando a ser considerado o primeiro trimestre deste ano, que de acordo com a ministra do Trabalho, Ana Mendes Godinho, implica maiores quebras de faturação.

O diploma foi alterado para "garantir que se pode fazer a comparação da quebra relativamente ao primeiro trimestre de 2021 onde os efeitos do confinamento [mais] se fizeram sentir e permitindo acesso a este apoio de uma forma mais evidente", disse a ministra do Trabalho. De acordo com Ana Mendes Godinho "deixa de haver requisitos cumulativos de quebra" passando a considerar-se apenas a quebra de rendimento.

Por outro lado, passam a ser elegíveis pessoas com um património imobiliário de 197.464,5 euros, além da casa própria, em vez dos atuais 105 mil euros. A condição de recursos tem no entanto outras regras mais apertadas sobre rendimentos que geralmente acabam por ser mais decisivas no acesso ou não aos apoios.

PUB

Independentes não vão passar a receber menos

O Governo aprovou ainda uma "cláusula de salvaguarda" relacionada com os apoios que foram aprovados pelo Parlamento contra a vontade do Governo, que entram hoje em vigor.

Ana Mendes Godinho explicou que a ideia é que "ninguém fica a receber menos" por efeito da alteração do período de referência feita pelo Parlamento.

PUB

O Governo tem dito que a fórmula do Parlamento implica uma despesa adicional de cerca de 40 milhões de euros por mês, reforçando o valor dos apoios, e a ministra não explicou a que casos se está a referir.

A ministra da Presidência revelou por seu lado que o Governo ainda não enviou o diploma para o Tribunal Constitucional (TC) mas confirmou que vai pedir "urgência" na fiscalização sucessiva.

A ideia do Governo é pagar o novo valor dos apoios em maio, refletindo a legislação que entra hoje em vigor. O Executivo rejeita, assim, a sugestão dos deputados para aplicar as novas regras mais rapidamente.

PUB

Notícia em atualização

Pub
Pub
Pub