CTT "não estão a contar" com saída de trabalhadores

Apesar da quebra do volume do correio, os CTT garantem que não estão previstas saídas de trabalhadores da empresa. O CEO, João Bento, afirma que os CTT estão num "processo suave de mudança", e que a mão de obra "faz cada vez mais falta nas encomendas".
CTT "não estão a contar" com saída de trabalhadores
Ana Sanlez e Rosário Lira 21 de Março de 2021 às 12:00

O volume de correio entregue pelos CTT caiu 16,5% no ano passado, impulsionado pela pandemia. No entanto, mesmo sem a covid-19, as entregas teriam registado uma descida, ainda que menos acentuada. É essa a tendência em todo o mundo, e Portugal não é exceção, admite o CEO dos CTT, João Bento, em entrevista ao Negócios e à Antena 1. 

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Segundo o gestor, o correio deverá estabilizar, a nível global, em 25% daqueles que foram os valores de pico. Em Portugal, o volume está "abaixo de metade" dos valores máximos registados, pelo que "ainda temos muito para cair". Isto não significa, garante João Bento, que os CTT prevejam que a empresa encolha no futuro. O número de trabalhadores não deverá diminuir, assegura o responsável. Os postos de trabalho poderão ser, no entanto, transformados. 

"Este mito de que o correio vai diminuir a dimensão da empresa só faria sentido se não estivéssemos no processo de transformação em que estamos", repara.

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"Estamos a trabalhar para otimizar e reinventar a forma como se faz a distribuição 'da última milha', para sermos capazes de reciclar a nossa capacidade e a mão de obra que se vai tornar excedentária, à medida que o correio for diminuindo, para a capacidade que temos de criar para entregar encomendas". 

O segmento de encomendas é uma das áreas de negócio do grupo postal que mais cresce, e é nele que o gestor quer apostar. "Concebemos um processo relativamente tranquilo e suave de mudança da capacidade que vai deixar de fazer falta no correio para a capacidade que faz cada vez mais falta nas encomendas. Não estamos a contar com a saída de trabalhadores e não têm saído trabalhadores. Hoje, os CTT têm mais trabalhadores do que quando foram privatizados".

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