CTT concluem encerramento de 124 estações e abertura de 78 postos
"O processo está a acabar, fizemos uma reorganização da rede e vamos fechar 124 estações de correio e abrir 78 postos", afirmou Francisco de Lacerda, em entrevista à Lusa.
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A diferença entre estes dois modelos é que as estações pertencem aos CTT, enquanto os postos são actividade de correios ligados a parceiros, "muitos deles juntas de freguesia e comércios", explicou.
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Apesar do fecho de mais de uma centena de estações de correios, Francisco de Lacerda sublinhou que o grupo CTT continua com "cerca de 2.500 lojas espalhadas pelo país".
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Este processo de reorganização, garantiu, "está a terminar", faltando "ainda entre meia dúzia e uma dúzia" que estará por dias.
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"Estão em fase de finalização, mas já acordados, não há questões com entidades locais em relação a estas, mas nos próximos dias fica tudo pronto", sublinhou.
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Sobre quanto os CTT vão poupar com o fecho das estações, Francisco de Lacerda escusou-se a adiantar números.
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Questionado sobre como tem corrido este processo em relação às juntas de freguesia, o gestor respondeu que têm corrido bem.
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"A vivência com as juntas [de freguesia] tem sido positiva para ambas as partes", afirmou Francisco de Lacerda, adiantando que os CTT têm um protocolo com a Associação Nacional de Freguesias (ANAFRE) que define um padrão para aquelas que ficam com um posto dos correios sob a sua alçada.
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No caso das juntas de freguesia não pretenderem ter um posto dos correios, este pode ser instalado num espaço de comércio. "Esta preocupação de falarmos com as autarquias e com as juntas tem existido permanentemente", disse.
Questionado sobre a razão do fecho das estações de correios, explicou que o "pano de fundo para esta decisão é uma redução da utilização" das mesmas.
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"Gostava de deixar claro que as estações de correios são uma rede separada da rede que acaba nos carteiros e isso é independente do que se passa nas estações", disse, adiantado que o grupo CTT conta actualmente com mais de 5.100 carteiros.
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Francisco de Lacerda acrescentou que os CTT fazem uma "medição regular das receitas e dos custos de todas as estações" e que em algumas delas foi detectado uma "redução de movimento" e que "os custos estavam a subir bastante para cima".
Lembrou que os postos de correios em Portugal já existem há 60 anos em Portugal.
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O grupo CTT conta com 1.850 postos de correio, dos quais 828 em acordo com as juntas de freguesia, o que permite "estar próximo das populações".
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Muitos destes postos de correios estão instalados em zonas de comércio, o que poderá levantar receios entre a população local sobre as garantias de qualidade ou confidencialidade.
Questionado sobre estes receios, o responsável disse ser "natural" as pessoas reagirem quando há mudanças e adiantou que o serviço público e a confidencialidade estão garantidos.
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Sobre a forma como estes postos podem garantir o pagamento de pensões, um dos serviços prestados, além de pagamentos de vales ou cobrança de facturas, adiantou que a circulação do dinheiro continua a ser feita pelos CTT "através dos circuitos" da empresa.
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Em relação aos trabalhadores, o presidente da empresa garantiu que "as pessoas que deixaram de trabalhar nas estações que foram encerradas continuam a ter o seu emprego nos CTT", passando a estar afectos a uma estação próxima "dentro de um limite de quilómetros pequeno e são absorvidos por outras actividades".
O grupo conta actualmente com mais de 11 mil trabalhadores em Portugal.
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Os sindicatos dos correios convocaram uma greve nacional nos CTT para 7 de Junho, próxima sexta-feira, em protesto contra a privatização da empresa e em defesa de um serviço público de qualidade.
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