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Bosch manda 2.500 trabalhadores da fábrica de Braga para casa até abril

“Devido à escassez de componentes para peças eletrónicas e as recorrentes interrupções na produção”, a fábrica bracarense do grupo alemão entra em “lay-off” a partir do "início de novembro até, presumivelmente, ao final de abril de 2026".

18:57

O “lay-off” da Bosch na fábrica de Braga vai arrancar na próxima semana e poderá prolongar-se até ao final de abril de 2026, afetando cerca de 2.500 trabalhadores da empresa, revela o grupo alemão, em comunicado, confirmando a notícia avançada pelo Negócios.

“Devido à escassez de componentes para peças eletrónicas e as recorrentes interrupções na produção, o mecanismo de lay-off estabelecido no Código de Trabalho entra em vigor a partir do início de novembro até, presumivelmente, ao final de abril de 2026”, adianta a empresa.

“Neste sentido, cerca de 2.500 colaboradores serão afetados pela suspensão dos contratos de trabalho e/ou redução de horas de trabalho”, contabiliza, realçando que “os colaboradores da localização foram informados sobre o procedimento planeado”.

De resto, garante, a Bosch “mantém a sua prontidão de produção nas áreas afetadas para poder produzir de forma flexível e rápida assim que os componentes eletrónicos chegarem”.

“Assim que este problema for resolvido, a produção em Braga deverá regressar à normalidade, permitindo-nos fabricar para servir os nossos clientes”, sinaliza o grupo alemão.

A bracarense Bosch Car Multimedia, principal fábrica da multinacional em Portugal, faz parte da divisão Mobility Electronics da Bosch, dedicada à produção e comercialização de componentes eletrónicos e multimedia para veículos, que tem sido bastante afetada pela falta de chips no mercado.

“De modo geral, alterações na política de comércio externo costumam impactar os negócios da Bosch como empresa global, que está ligada a diversos fornecedores e parceiros comerciais em todo o mundo. Por isso, monitorizamos continuamente o desenvolvimento do mercado e adaptamo-nos às situações em mudança”, relata a Bosch, reportando que as suas equipas “estão em contacto próximo com a Nexperia”, um dos seus fornecedores de componentes eletrónicos, assim como com os clientes afetados e outros fornecedores e subfornecedores”.

Afiança que está “a fazer tudo” para atender os seus clientes “e evitar ou minimizar restrições de produção”, como, “por exemplo, a utilizar fontes alternativas de fornecimento, a otimizar os níveis de stock” na sua rede global de produção “ou a processar alternativas técnicas”.

“Os colaboradores da Bosch nas fábricas estão a contribuir significativamente para resolver o estrangulamento de fornecimento de forma orientada para o cliente. Continuamos a esperar por uma solução rápida entre as partes envolvidas”, remata.

No comunicado, a Bosch não revela o número de trabalhadores dispensados nos últimos tempos na fábrica em Braga.

Na primeira notícia avançada pelo Negócios sobre o “lay-off” na unidade bracarense da multinacional germânica, regista-se que terão sido dispensadas mais de 300 pessoas ainda em 2024, a que acresce 297 entre janeiro e setembro deste ano.

Presente desde 1911 em Portugal, com fábricas em Braga, Aveiro e atividade em Ovar – cuja fábrica foi vendida em dezembro passado – e ainda um centro de serviços em Lisboa, a Bosch é a quinta maior exportadora nacional, tendo gerado no exterior 97% da sua faturação de 2,4 mil milhões de euros em 2024.

O grupo germânico é, também, um dos maiores empregadores do país. No final do ano passado, contava com um total de 6.880 trabalhadores distribuídos pelos seus vários polos em Portugal.

(Notícia atualizada às 19:12)

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