Empresas registam crescimento mais lento após serem adquiridas

Estudo da Bain mostra que “as empresas adquiridas registam, em média, uma taxa de crescimento de 22% dois anos após a conclusão da operação, contrastando com os 77% observados no período anterior à aquisição”. Avaliações demasiado otimistas e expectativas desajustadas por parte dos compradores acentuam desafio.
Empresas adquiridas tendem a registar um ritmo de expansão mais lento após a conclusão do negócio.
Nuno André Ferreira
João Duarte Fernandes 12:03

No mercado global de fusões e aquisições (M&A, na sigla em inglês), nem todos os negócios são um êxito efetivo. Um estudo da Bain & Company mostra que, no período após a aquisição, as empresas adquiridas tendem a registar um crescimento muito menos expressivo face ao registado no período até à concretização da operação.

Com base numa amostra de mais de 250 aquisições de empresas nos últimos dez anos, a análise “Six Steps to Speed Insurgent Brand Growth Post-Acquisition" da consultora conclui que “as empresas adquiridas registam, em média, uma taxa de crescimento de 22% dois anos após a conclusão da operação, contrastando com os 77% observados no período anterior à aquisição”.

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A Bain explica que esta desaceleração pode refletir fatores como avaliações demasiado otimistas e expectativas desajustadas por parte dos compradores. Nesta linha, a consultora sublinha que na fase inicial de uma operação de M&A, “muitos sobrevalorizam a saúde da marca e a força da sua proposta de valor, o que leva a uma perceção inflacionada da sua competitividade”.

Foco excessivo em sinergias de custo sem alinhamento com a nova estrutura, incentivos e indicadores de desempenho (KPIs) direcionados para ganhos de curto prazo, falta de foco nas prioridades e subestimação das diferenças culturais e de formas de trabalho são, segundo o estudo, “erros correntes” durante uma integração pós-aquisição.

Assim, a Bain destaca seis práticas que considera essenciais ter em conta durante processos de M&A, entre elas, a definição clara de uma visão comum entre a empresa compradora e a adquirida, a proteção da identidade da marca, a capacidade de garantir uma integração de forma faseada, bem como a importância de preservar dinâmicas da empresa adquirida na integração.

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João Valadares, sócio da Bain & Company, explica que “as fusões e aquisições apresentam alguns desafios significativos”. No entanto, refere que “quando bem executadas, podem gerar valor real tanto para empresas já estabelecidas como para novos players”.

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