Google e X na mira de Bruxelas depois de multa milionária a tecnológicas

As práticas da Google e do X estão sob o olhar de atento de Bruxelas e tudo indica que as duas plataformas podem ser as próximas a receber multas.

De acordo com informação recolhida pela Reuters, os reguladores europeus querem mostrar que continuam de pulso firme em relação às regras que as grandes tecnológicas têm de seguir, mesmo no meio de uma batalha comercial com os Estados Unidos. 

Esta possibilidade surge num momento em que a Google enfrenta um processo judicial nos EUA e que pode significar a separação do Chrome, um dos seus negócios mais lucrativos. A publicação adianta que Teresa Ribera, responsável pela Concorrência na Comissão Europeia, poderá seguir os passos dos EUA e do Reino Unido, onde a empresa também está acusada de abuso de posição dominante. 

Também o X de Elon Musk está a ser investigado pela Comissão Europeia desde o final de 2023. Bruxelas acusa a plataforma de Musk de violar a Lei dos Serviços Digitais e em janeiro deste ano revelou medidas adicionais à investigação, tendo pedido novos documentos. 

O diretor do Centro de Regulação na Europa, Zach Meyers, diz à Reuters que "o verdadeiro teste para a Lei dos Mercados Digitais não é se a Comissão está ou não disposta a aplicar multas elevadas, mas se vamos assistir a mudanças significativas a nível concorrencial". 

Na visão deste responsável, que concorda que seria difícil de justificar um recuo na investigação mediante a decisão dos EUA, "não pode haver margem de manobra na aplicação da lei", uma vez que tal pode "afetar a importância da política de concorrência em geral".

Contudo, o diretor do centro explica que multas mais reduzidas não devem ser encaradas como um enfraquecimento da política concorrencial, sendo que o objetivo final é que as empresas apliquem alterações nas suas práticas comerciais. 

A Comissão Europeia aplicou duas multas esta quarta-feira à Apple e à Meta, as primeiras sob a Lei dos Mercados Digitais, num total de 700 milhões de euros. A coima mais elevada destinou-se à Apple, num valor de 500 milhões, com o restante a ser atribuído à dona do Facebook.

"A Apple e a Meta não cumpriram a Lei dos Mercados Digitais ao implementarem medidas que reforçam a dependência dos consumidores das suas plataformas", apontou Ribera, vice-presidente para a Concorrência.

Em reação às multas, as duas empresas já revelaram, em comunicado disponibilizados nas suas plataformas, que vão recorrer da decisão de Bruxelas.