Lucro da Galp sobe 9% para 973 milhões de euros até setembro

A Galp reportou um resultado líquido ajustado de 973 milhões de euros, nos primeiros nove meses do ano, um valor que representa uma subida de 9% face a igual período do ano passado. 

Já no terceiro trimestre, o lucro ajustado da empresa disparou 53% para 407 milhões de euros, anunciou a Galp em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), suportado pela exportação de produtos a partir de Sines e pelo aprovisionamento & trading de gás natural.

"A sólida dinâmica operacional da Galp manteve-se no terceiro trimestre de 2025, apoiando uma robusta geração de caixa e consolidando a nossa sólida posição financeira - o que é tranquilizador face ao atual clima macroeconómico, referem os co-CEO da empresa, Maria João Carioca e João Marques da Silva no comunicado, realçando que a Galp está bem posicionada para superar as suas orientações atuais para 2025, tanto em termos de EBITDA como de cash-flow operacional, e mantém um ponto de equilíbrio estimado para os dividendos abaixo dos 40 dólares por barril para 2026.

O resultado antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (EBITDA) teve uma queda homóloga de 7% para 2.420 milhões de euros entre Janeiro e Setembro, enquanto no terceiro trimestre subiu 11% para 911 milhões de euros, sendo que "quase 80% do EBITDA do trimestre teve origem nas atividades internacionais".

Adiantam que "a execução continua forte: o FPSO Bacalhau iniciou a produção e impulsionará o crescimento do fluxo de caixa livre a curto prazo, enquanto na Namíbia as negociações com uma lista restrita de licitantes preferenciais avançam com discussões favoráveis a uma parceria de valor acrescentado". "O progresso está bem dentro do prazo da Galp para chegar a um acordo até ao final do ano".

No trimestre, a Galp investiu 273 milhões de euros, dos quais dois terços foram aplicados na aceleração da construção, em Sines, das unidades de produção de hidrogénio verde de 100 megawatts (MW) e de biocombustíveis avançados de baixo carbono (HVO/SAF), na modernização da rede de lojas e na expansão da rede de carregamento elétrico e da capacidade dos ativos de produção fotovoltaica.

Sublinha que o restante foi aplicado no Brasil, sobretudo no projeto Bacalhau, na região do pré-sal da Bacia de Santos, que iniciou a produção em outubro.

O investimento total nos nove meses foi de 716 milhões de euros, embora o saldo líquido entre os valores investidos e o encaixe proveniente da alienação de ativos, com destaque para Angola e Moçambique, tenha sido positivo em 93 milhões de euros.

Em termos das diferentes unidades de negócio, no 'upstream' a Galp dá conta de uma queda de 14% no EBITDA para 464 milhões de euros, devido à descida das cotações do petróleo nos mercados internacionais, apesar do aumento de 2% da produção de petróleo e gás natural face ao mesmo período de 2024.

O 'Industrial & Midstream', que agrupa atividades como a refinação, mas também o Energy Management – que por sua vez inclui as atividades de trading – obteve um EBITDA de 315 milhões de euros. "O aumento de 91% em relação ao trimestre homólogo de 2024 mais do que compensou a diminuição de resultados do 'upstream'", refere a empresa.

A refinação beneficiou de uma recuperação das margens internacionais e o início das entregas de cargas de gás natural liquefeito por parte da Venture Global LNG, nos Estados Unidos, ao abrigo de contratos de aprovisionamento de longo prazo, permitiu um aumento de 42% nos volumes de gás natural transacionado. Adianta que a expansão da comercialização de gás natural no mercado brasileiro, também contribuiu de forma positiva.

As Renováveis operaram num cenário de "preços da energia solar pressionados", o que levou à adoção de uma estratégia de otimização tanto das atividades de geração, através da limitação voluntária da produção, como das fontes de receitas adicionais provenientes da prestação de serviços de sistema de rede. "O EBITDA das Renováveis caiu 35% face ao terceiro trimestre de 2024, totalizando 16 milhões de euros".

O Free Cash Flow disparou para 548 milhões de euros no trimestre, o que compara com 193 milhões de euros no mesmo período do ano anterior e "permitiu que a empresa reduzisse o endividamento líquido em 245 milhões de euros face ao final do 2º trimestre", mesmo após o pagamento de dividendos a minoritários em empresas do grupo e de um dividendo interino.