Patrões do Minho defendem ética empresarial com líder que paga férias tropicais aos trabalhadores
Está marcada para 28 de maio a realização da assembleia constituinte da Associação Empresarial do Minho (AEMinho), que surge com a missão de "promoção e defesa da iniciativa empresarial como vetor essencial do desenvolvimento económico, social e cultural da região, assim com o reforço da sua competitividade e resiliência".
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Numa conjuntura económica que "se prevê adversa e complexa", a AEMinho assume, no seu programa, que "importa sensibilizar as empresas para o altruísmo empresarial, a responsabilidade social, a inclusão e para a igualdade de género como fatores do aumento da resiliência social, pois estes são fatores-chave para que a resiliência empresarial se consolide", considera.
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Valores que Ricardo Costa, o primeiro presidente da AEMinho, já vinha assumindo enquanto líder do grupo bracarense Bernardo da Costa, que emprega perto de duas centenas de pessoas, das quais quase metade em Portugal.
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Ora, o grupo Bernardo da Costa tornou-se conhecido dos portugueses por oferecer aos seus trabalhadores a laborar em território nacional férias, durante uma semana, em destinos paradisíacos - já os levou a Punta Cana, na República Dominicana, a Cuba, ao México, à Jamaica e a Cabo Verde.
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Em tempos pandémicos, as férias tropicais pagas pelo patrão têm sido convertidas em prémios monetários.
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Entretanto, o grupo Bernardo da Costa criou um departamento da felicidade, que tem vindo a "mimar" o seu pessoal com uma série de outros benefícios, como seguro de saúde, dia de aniversário, uma sala de diversões (com bilhar, matraquilhos e consola de videojogos), dias temáticos (como o dia do croissant, o de pastel de nata e do gelado). Mais: também oferece serviço de lavandaria no local de trabalho e até o de entrega de comida ao domicílio.
E já em 2021, tendo o Governo estabelecido a meta de 2023 para colocar o salário mínimo nos 750 euros – valor que a Bernardo da Costa antecipou para 2020 –, o grupo de ricardo Costa decidiu superá-la em plena pandemia, pondo em prática, a partir de janeiro deste ano, o ordenado mínimo de 800 euros.
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AEMinho pretende criar Clube Financeiro do Minho
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Ora, os "valores" que a AEMinho apresenta no seu programo passam precisamente pelo "incentivo e defesa" da "ética empresarial, o respeito pessoal e institucional, a solidariedade social e empresarial, bem como a transparência económica, o respeito e defesa do meio ambiente, a perceção da diversidade como um elemento de desenvolvimento".
A nova associação empresarial, que fica sediada no Instituto Politécnico do Cávado e Ave (IPCA), em Braga, aposta numa estratégia de "resiliência" do tecido empresarial minhoto, comprometendo-se a apoiar a transição digital, assim como a transição energética, economia circular e sustentabilidade; a atração, captação, retenção e requalificação de talento; a transferência de conhecimento, ciência e centros de investigação; a internacionalização e exportação.
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No seu plano de ação, entre outras apostas, propõe-se "dinamizar as fileiras empresariais (lógica de clusters) como forma de alavancar e alargar a participação das empresas da região na cadeia de valor dos diferentes negócios; fomentar novas fórmulas de financiamento da atividade das empresas, criar o Clube Financeiro do Minho, bem como apoiar todas as formas de dinamização de start-ups e ‘business angels’ na região".
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Pretende também "promover, junto das entidades públicas, medidas que visem atrair investimento, criar riqueza e emprego na região, nomeadamente propondo medidas que culminem na desfuncionalização e a desburocratização dos serviços, em particular nos processos inerentes à criação de riqueza e de emprego como são exemplo os licenciamentos industriais e comerciais".
A AEMinho tem ainda como objetivo criar uma "marca" da região, que promova a identidade do Minho como "única, distinta e complexa".
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Líder de candidato à compra da Efacec à frente da assembleia geral da AEMinho
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Os órgãos sociais da AEMinho integram alguns dos mais importantes grupos empresariais da região.
Com a presidência da direção entregue a Ricardo Costa, a assembleia geral da nova associação será liderado por José Teixeira, presidente do grupo DST, que emprega mais de duas mil pessoas e é um dos cinco candidatos selecionados pelo Governo na corrida à compra da posição de controlo da Efacec.
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O Conselho Geral será presidido por José Manuel Capa Pereira, gestor do grupo PKM e que, pouco tempo antes da chegada da pandemia de covid-19, vendeu ao então sócio, Jorge Martins, os seus 50% na Phone House, cadeia de comércio de telemóveis que faliu em meados do ano passado.
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Emília Vieira, fundadora e CEO da gestora de patrimónios Casa de Investimentos vai presidir ao conselho fiscal da AEMinho.
Outros líderes de empresas sediadas no Minho, como os grupos Casais, Primavera, Bosch Érre, Gensys, Pinto Brasil, Navarra, Transportes João Pires, Polopique, Cachapuz ou Partteam, também integram os órgãos sociais da nova associação empresarial.
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