Portugal com 37 empresas com "selo" de equilíbrio entre vida pessoal e profissional
Trinta e sete empresas portuguesas, de diferentes dimensões e ramos de atividade, representando mais de 50.000 colaboradores, vão receber, esta terça-feira, a certificação EFR – Empresas Familiarmente Responsáveis – que distingue a implementação de boas práticas de conciliação entre a vida pessoal e profissional, atribuído pela Fundacíon MásFamília e pela Associação Cristã de Empresários e Gestores (ACEGE).
Ao Negócios, o secretário-geral da ACEGE, Jorge Líbano Monteiro, adianta que a maioria das 37 renova o título, mas há mais um conjunto em vias de se certificar, estimando-se que, até ao final do ano, sejam 60 as empresas com esse "selo", concedido a mais de 900 empresas em mais de 20 países desde que foi criado há sensivelmente uma década.
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"É interessante porque não tem a ver só com mães e filhos - vai muito mais além disso. Vai desde as condições e do ambiente de trabalho até ao desenvolvimento pessoal do colaborador, passando também pela relação com as medidas de parentalidade e de apoio à família - que, hoje em dia, muitas vezes não é tanto aos filhos, mas mais aos pais -, até à igualdade e diversidade", aponta o secretário-geral da ACEGE, organização sem fins lucrativos que trouxe a certificação para Portugal depois de "sentir que havia falta de atenção à realidade familiar dentro das empresas".
O processo para a conquista da certificação EFR é "bastante rigoroso" e "moroso". Segundo explica o mesmo responsável, após a manifestação de interesse por parte da empresa, a primeira fase consiste num diagnóstico inicial feito por consultores, que vão verificar desde logo a aplicação de toda a parte legal, o mais básico, e inclui ouvir os colaboradores de duas formas: primeiro, através de um questionário, anónimo, e depois por via de um conjunto de entrevistas para no fundo confirmar dados daí extraídos.
"É uma etapa muito importante, porque vamos ver quais são as necessidades efetivas dos colaboradores. Já nos aconteceu ter empresas que até têm boas políticas, mas são desajustadas da realidade das pessoas e que, portanto, não são utilizadas", realça Jorge Líbano Monteiro. Seguem-se entrevistas à administração para tentar alinhar depois as medidas que podem ser implementadas. A terceira fase corresponde ao "benchmarking" para se perceber o que outras empresas estão a fazer.
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"Cumpridas estas etapas e definidas as medidas vem a comunicação e implementação e, depois, a certificação externa para garantir que tudo foi posto em prática, quando é a primeira vez. Depois, há ciclos de três anos, durante os quais há avaliações periódicas e mais uma auditoria intermédia e final no processo para garantir que as medidas estão a ser aplicadas e não são fogo de vista do primeiro momento".
"Não há um menu de medidas", aponta o secretário-geral da ACEGE, destacando que as empresas têm muito a ganhar em implementar esta "cultura de gestão", a começar desde logo por um "melhor desempenho pelo facto de terem os colaboradores mais alinhados e felizes".
A primeira empresa a conquistar este selo foi a EDP que obteve agora a certificação global, nas 24 geografias onde opera, o que a torna na maior empresa EFR do mundo.
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