Protestos na Indonésia contra o fim de contratos com a Nike
Milhares de trabalhadores indonésios protestaram frente aos escritórios da Nike em Jacarta, pedindo para que a empresa repense os seus planos de acabar com os contratos que tem com duas fábricas indonésias de calçado desportivo ou, caso contrário, para que pague indemnizações.
A responsável da Nike pelas comunicações relacionadas com responsabilidade social, Erin Dobson, disse à agência Reuters: "Não estamos a abandonar a Indonésia. A Nike está comprometida com a Indonésia e comprometida em fazer o seu negócio crescer nesse país".
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Segundo a mesma responsável, o fim dos contratos com duas das sete fábricas fornecedoras de calçado da Nike é puramente uma decisão de negócio, tendo acrescentado que estas fábricas falharam no cumprimento dos standards de qualidade exigidos pela Nike, bem como de outros objectivos de performance.
No entanto, o presidente e director da Central Cipta Murdaya (CCM), proprietária das duas fábricas que perderam os contratos com a Nike, afirmou que estas cumpriram os parâmetros de qualidade e que esta decisão vai deixar 14,000 pessoas sem trabalho.
Segundo a agência espanhola EFE, o presidente admitiu que não poderá pagar indemnizações aos trabalhadores, mesmo que venda as duas fábricas, mas assegurou que fará o possível para evitar os despedimentos.
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A Nike tem enfrentado pressões por parte de grupos como o australiano Oxfam Community Aid Abroad, devido ao tratamento dado aos trabalhadores asiáticos nestas fábricas sub-contratadas para produzir os seus ténis.
A Indonésia precisa de atrair investimento estrangeiro para fazer decrescer a sua taxa de desemprego, estimada em mais de 10%, mas os investidores têm algum receio em estabelecer actividades de negócio na Indonésia, devido à incerteza legal, corrupção e às leis laborais pouco amistosas.
A Indonésia produz, actualmente, metade do calçado desportivo da Nike.
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