Renováveis produziram 45% da eletricidade na Europa em 2024

Os autores do estudo consideram também que representa um "desenvolvimento encorajante" o facto de 51% das cidades europeias terem em 2024 planos de adaptação climática especiais, quando em 2018 eram 26%.
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Guillaume Horcajuelo/EPA
Lusa 15 de Abril de 2025 às 10:21

As energias renováveis produziram o ano passado um recorde de 45% da eletricidade na Europa, depois dos 43% atingidos em 2023, indica o relatório Estado do Clima Europeu 2024 divulgado hoje.

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No estudo conjunto do Serviço de Monitorização das Alterações Climáticas do programa da União Europeia de observação da Terra Copernicus (C3S) e da Organização Meteorológica Mundial (OMM) considera-se que tal recorde reflete os esforços da Europa para atingir o objetivo de um sistema energético descarbonizado.

Realizar uma transição energética, mudando o sistema energético para fontes renováveis (como sol, vento, chuva, marés e energia geotérmica) em vez de combustíveis fósseis (petróleo, gás natural, carvão mineral), permite reduzir as emissões de gases com efeito estufa, um dos principais propósitos do Pacto Ecológico Europeu.

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Sobre o que está a ser feito para fazer face aos desafios climáticos e combater as alterações do clima, o relatório indica ainda que quase duplicou desde 2019, aumentando de 12 para 20, o número dos países da União Europeia onde as energias renováveis geram mais eletricidade do que os combustíveis fósseis.

Os autores do estudo consideram também que representa um "desenvolvimento encorajante" o facto de 51% das cidades europeias terem em 2024 planos de adaptação climática especiais, quando em 2018 eram 26%.

Para melhor resistir às ondas de calor, Paris decidiu "plantar árvores e revitalizar parques para aumentar o arrefecimento e a biodiversidade", na mesma linha de Milão (Itália), que apostou nas medidas de florestação, no aumento dos abrigos climáticos e na promoção de infraestruturas verdes, também para lutar contra a poluição do ar.

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"Implementar sistemas de alerta precoce, iniciativas de resiliência a inundações lideradas pela comunidade e infraestruturas resilientes a inundações" foram as opções seguidas em Glasgow (Reino Unido) para fazer face às grandes cheias, enquanto a capital da Eslováquia, Bratislava, escolheu criar reservatórios de água, assim como "jardins de águas pluviais e telhados verdes".

Em 2024, o ano mais quente de que há registo, ultrapassou-se pela primeira vez os 1,5 °C (graus celsius) de aquecimento global acima do nível pré-industrial, o limite previsto no Acordo de Paris para combater as alterações climáticas.

Segundo o relatório, na Europa os fenómenos climáticos extremos causaram em 2024 prejuízos estimados em 18,2 mil milhões de euros. Tempestades, inundações e incêndios florestais provocaram no mínimo 335 mortes e afetaram cerca de 455.000 pessoas.

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