Tarifas pesaram 1,3 mil milhões de euros nos custos da Volkswagen no primeiro semestre

A Volkswagen já sentiu o impacto das tarifas de Donald Trump. Sem perspetivas de melhoria face aos resultados do ano passado, fabricante alemã tem de continuar a cortar despesas, num momento em que os principais mercados estão em crise.
Tarifas colocaram pressão nas contas da Volkswagen.
AP
Inês Pinto Miguel 25 de Julho de 2025 às 10:51

As tarifas adicionaram 1,3 mil milhões de euros às contas da Volkswagen. Nos primeiros seis meses, a fabricante alemã viu os seus resultados serem pressionados pelas taxas americanas de 27,5%, levando a que a Volkswagen ajustasse a perspetiva financeira.

"Não podemos presumir que a situação tarifária seja apenas temporária", apontou o CEO da Volkswagen, Oliver Blum, em conferência com os analistas. Para o responsável da fabricante, os impostos de Trump vão continuar a pesar, em vários mil milhões, nos custos deste ano, apelando que a Comissão Europeia chegue a um "resultado equilibrado" com a administração Trump nos próximos dias. 

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A fabricante de Wolfsburgo indicou que as despesas de reestruturação e o aumento das vendas de automóvel elétricos, que apresentam margens de lucro mais baixas, também pesaram sobre os resultados dos primeiros seis meses do ano.

A Volkswagen tem estado sob pressão para eliminar custos e aperfeiçoar os automóveis, isto num momento em que os seus três principais mercados lidam com crises económicas. De acordo com a Bloomberg, as taxas de Trump estão a afetar diretamente a Audi e a Porsche, marcas mais dependentes das importações, quando a procura é baixa e existem elevados custos de produção.

A situação na China também não se tem mostrado favorável para a alemã. Com lançamentos atrasados e um nível de produção ainda baixo, a Volkswagen não tem atraído o olhar dos consumidores chineses, que optam por comprar marcas locais.

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Estes dados fizeram com que a Volkswagen revisse as suas projeções para o total do ano, depois de apresentar lucros de 6,7 mil milhões de dólares no primeiro semestre do ano, representando uma quebra de 32,8% face ao período homólogo. Neste mesmo período, o grupo vendeu 4,36 milhões de automóveis, com a maioria a concentrar-se na marca Volkswagen, que verificou mesmo um ligeiro aumento.

O grupo estima vir a beneficiar com o abandono dos consumidores à Tesla, estando mesmo a reportar um aumento do número de encomendas. Só nos primeiros seis meses, a Volkswagen recebeu mais 19% de encomendas da Europa Ocidental, impulsionada pelos novos modelos, nomeadamente VW ID.7 Tourer, Cupra Terramar, Audi Q6 e-tron e Porsche 911.

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