Zero pede que carros novos vendidos em Portugal sejam 100% elétricos a partir de 2035

Um estudo da autoria da BloombergNEF feito para a Federação Europeia de Transportes e Ambiente (T&E), que a Zero integra, mostra que entre 2025 e 2027 os automóveis elétricos a bateria atingirão o mesmo preço que os modelos equivalentes a combustível fóssil, e não dependerão de incentivos para isso.
Carros elétricos e híbridos plug-in
Benoit Tessier/Reuters
Lusa 13 de Junho de 2021 às 11:57

Os automóveis 100% elétricos vão ser mais baratos do que os convencionais em 2030, segundo um estudo divulgado hoje pela associação ambientalista Zero, que defende o fim da comercialização de veículos ligeiros com motor de combustão até 2035.

PUB

Em comunicado, a Zero refere que a queda no preço das baterias e a mudança para plataformas de fabrico dedicadas a veículos elétricos por parte das construtoras permitirão "grandes reduções" nos custos de produção.

Um estudo da autoria da BloombergNEF feito para a Federação Europeia de Transportes e Ambiente (T&E), que a Zero integra, mostra que entre 2025 e 2027 os automóveis elétricos a bateria atingirão o mesmo preço que os modelos equivalentes a combustível fóssil, e não dependerão de incentivos para isso.

PUB

Os ligeiros de mercadorias mais pequenos alcançarão a paridade de preço mais cedo, em 2025, e os ligeiros de passageiros em 2027, com os automóveis familiares de gama média e alta e os SUVs a atingir a paridade em 2026. Em 2030, os carros elétricos serão mesmo no preço base 18% mais baratos que os com motor de combustão.

"As conclusões a que o estudo chegou são válidas em diversas circunstâncias e partindo de várias premissas, e por isso é seguro afirmar que dentro de entre quatro a seis anos os automóveis elétricos serão a opção mais barata para os condutores, tornando acessível a transição para a mobilidade elétrica", refere a mesma nota.

PUB

Ainda segundo a Zero, os resultados mostram que com um pacote de políticas públicas apropriado os automóveis a combustão podem ser totalmente retirados das vendas em todos os países entre 2030 e 2035.

Contudo, apenas "um incremento atempado na produção de automóveis elétricos permitirá consubstanciar estas projeções", pois só desta forma se atingirão as economias de escala necessárias, adverte a associação, defendendo que é preciso rever em alta as exigências normativas de curto e médio prazo na União Europeia relativas às emissões de CO2 para estimular o mercado de automóveis elétricos.

PUB

"Para além da via da regulação, há toda uma panóplia de políticas públicas de estímulo aos automóveis elétricos que serão necessárias, como os incentivos fiscais criativos, a instalação de uma rede de carregamento ampla e densa, a limitação à circulação de automóveis a combustão no centro das cidades, e as metas nacionais", refere a Zero.

A associação considera que o Governo português deve colocar uma data-limite, o mais tardar 2035, para o fim da comercialização de veículos ligeiros de passageiros e de mercadorias com motor de combustão, incluindo híbridos e híbridos plug-in.

No caso das frotas empresariais, que representam uma grande fatia do mercado de automóveis, a Zero diz que a total eletrificação "poderá e deverá acontecer ainda mais cedo, o mais tardar em 2030".

PUB

A associação recomenda ainda a instauração de zonas no interior das cidades, não apenas circunscritas aos centros históricos, com "severas restrições" à utilização do automóvel privado com emissões, em particular a gasóleo, e reforço do serviço de transporte público bem como do apoio a modos suaves de deslocação.

Saber mais sobre...
Saber mais Zero automóvel
Pub
Pub
Pub