Nascido na aldeia de Rio Caldo, concelho de Terras de Bouro, Domingos Névoa tinha 15 anos quando emigrou para França, país que o voltou a acolheu depois de ter sido expulso do Canadá, para onde tinha rumado com 20 anos.

Combateu na guerra do Ultramar, em Moçambique, tendo regressado a Portugal três meses depois do 25 de Abril.

Tornou-se empresário da construção civil, mas foi em 1981, quando criou a construtora Rodrigues & Névoa com o sócio Manuel Rodrigues, que arrancou para a construção de um império empresarial.

A dupla minhota de empresários fundou, entre muitos outras empresas, a gigante gestora de parques de estacionamento Bragaparques.

Entretanto, os dois amigos zangaram-se, tendo o divórcio gerado uma chuva de processos judiciais. Império dividido, cada um seguiu o seu caminho.

Domingos criou o Grupo Névoa, que conta no seu portefólio com uma paleta diversificada de negócios, incluindo a construção e promoção imobiliária, hotelaria, participações na Bragaparques e em empresas de serviços de tratamento e gestão de águas e resíduos e limpeza urbana, como a Agere e a Braval, contando também com uma dezena de centros comerciais.

Durante a pandemia de covid-19, em pouco mais de dois anos, Névoa tornou-se um dos grandes operadores de centros comerciais em Portugal, tendo adquirido o Shopping Cidade do Porto – à Teixeira Duarte, por 28 milhões de euros -, o Campera Outlet Shopping (no Carregado) e o Ferrara Plaza (em Paços de Ferreira) a um fundo do Novo Banco, o Braga Parque, o Darque Retail Park (em Viana do Castelo), o Beja Retail Park, o Mira Maia Shopping, o Braga Retail Center e os portuenses Passeio dos Clérigos e Campos S. João Galeria Comercial.

O Grupo Névoa tem ainda uma forte presença no setor automóvel (através da Carclasse, Expofor e Stern - Rent-a-car) em Barcelos, Braga, Famalicão, Guimarães, Viana do Castelo, Lisboa, Beja, Évora, Faro, Portimão, Oeiras, Almada e Setúbal.

E é precisamente nesta última região que o Grupo Névoa está a reforçar a sua presença.

Depois de, em fevereiro passado, ter notificado a Autoridade da Concorrência da compra à SGC Car do concessionário dedicado à Volvo localizado em Palmela, notificou agora a reguladora da aquisição “da universalidade de bens do estabelecimento comercial sito na Quinta Tomé Dias, E.N. 252 Miraventos, Palmela, distrito de Setúbal, atualmente da SGS Car – Sociedade de Comércio de Automóveis, Lda. (Unidade de Negócio SGS Car)”.

A operação inclui “concessão da marca Ford, com base na qual se comercializa automóveis novos ligeiros, seminovos/usados e peças e acessórios para os mesmos e se presta serviços de reparação e manutenção de automóveis”, lê-se no anúncio da Autoridade da Concorrência.

Entretanto, desde q de julho que o grupo Motorpor, que já representava as marcas Renault e Dacia no distrito de Setúbal, “assume a representação de várias marcas anteriormente geridas pela SGS Car nas cidades de Almada, Montijo e Palmela, consolidando a sua posição como um dos principais operadores multimarcas em Portugal”, enfatiza a empresa, em comunicado publicado no seu site.

“Com esta operação, entram para o portefólio da Motorpor 13 novas marcas, entre as quais Abarth, Alfa Romeo, Fiat, Fuso, Jeep, Isuzu, Kia, KGM, Mitsubishi, Mazda e Maxus, até agora representadas pela SGS Car no distrito de Setúbal. A estas juntam-se ainda as insígnias MG, em Palmela, e Opel, em Almada”, aponta.

“Ao todo, a Motorpor passa a representar um total de 18 marcas de viaturas novas em território nacional”, remata.