EUA vão devolver tarifas cobradas a mais a carros da UE desde 1 de agosto
Os fabricantes europeus que pagaram tarifas de 27,5% pela exportação de veículos para os EUA vão ser reembolsados na fatia em excesso (12,5%) face ao acordo entre Washington e Bruxelas.
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Desde 1 de agosto que os automóveis exportados da União Europeia (UE) para os Estados Unidos estavam sujeitos a uma tarifa de 27,5%, apesar de a Casa Branca e Bruxelas terem alcançado a 21 de agosto um acordo comercial que, no caso deste setor, determinava uma taxa de 15% a aplicar sobre as exportações europeias. Esta quarta-feira foi publicado um esboço de despacho para que as tarifas de 15% sejam aplicadas a todos os veículos e peças que tenham sido vendidos ou retirados de armazém para venda a partir de 1 de agosto.
A decisão é idêntica à adotada pela União Europeia a 28 de agosto, que ajustou, igualmente com efeitos retroativos, as tarifas aplicadas sobre os veículos importados pelos 27 dos EUA.
O setor automóvel, não só as fabricantes de veículos, mas as produtoras de componentes, viveram a primeira metade do ano com o "fantasma" das tarifas impostas pelo Presidente norte-americano, Donald Trump, a pairar sobre as suas decisões de investimento e expectativas de vendas. Isso levou, aliás, a que as ações das empresas do setor tenham sido das mais castigadas até ao anúncio do acordo entre os dois blocos.
Por exemplo, o grupo Volkswagen, que detém marcas como Seat, Audi, Porsche e a própria Volkswagen, mostrou que as tarifas tiveram um impacto de 1,3 mil milhões de euros nas contas semestrais, com as vendas a caírem 9,8% no bloco americano. Já a Stellantis, dona da Peugeot, Fiat, mas também Jeep, Chrysler e Dodge, evidenciou um custo de 300 milhões de euros só com as taxas comerciais. Entre as impactadas estão ainda a Mercedes-Benz, com quebras de 362 milhões de euros.
As exportações de veículos da União Europeia (UE) para a maior economia mundial rondou os 800 mil veículos no ano passado, cerca do quádruplo do que os 27 importaram dos Estados Unidos. Os três gigantes germânicos Volkswagen, BMW e Mercedes - representaram 73% das exportações europeias para os EUA, segundo dados da consultora JATO Dynamics.
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