A fabricante chinesa de veículos elétricos BYD foi contactada pelo Governo italiano, que tenta convencer a empresa a instalar uma fábrica no país. Itália conta atualmente apenas com unidades de produção da Stellantis e a primeira-ministra, Giorgia Meloni, tem trocado palavras duras com o CEO da Stellantis, Carlos Tavares.

"Tivemos alguns contactos sobre esse tema", disse Michael Shu, diretor da BYD Europa, numa entrevista à Bloomberg à margem do Salão Internacional Automóvel de Geneva.

O responsável ressalvou que a necessidade de uma segunda fábrica da BYD no Velho Continente "depende das nossas vendas, sendo que estamos a fazer bons progressos".

As relações de Meloni com Carlos Tavares azedaram após o gestor portugês ter referido que a Stellantis poderia deslocalizar parte da produção para países com menores custos.

Em dezembro passado, a BYD confirmou que vai construir uma fábrica na Hungria para ajudar a impulsionar as vendas na Europa.

Para já, refere Shu, a fabricante chinesa está focada na Hungria e considera demasiado cedo para avançar com uma data e mesmo com a possibilidade de uma segunda unidade de produção na Europa.

O ministro italiano da Indústria, Adolfo Urso, disse esta terça-feira, em Taranto, citado pela AGI, que espera que Itália possa ser como outros países europeus com vários fabricantes a produzir para "fortalecer" a fileira automóvel do país.

O ministro tinha indicado este mês que Itália "apoiava a entrada" de um segundo fabricante, naquilo que apelidou de "um projeto em que temos trabalhado há vários meses com conversas importantes com parceiros estrangeiros".