Administração do BCP ganha mais 81% com fim da ajuda do Estado

A devolução da ajuda estatal permitiu ao BCP acabar com os cortes salariais em Junho. A remuneração de Nuno Amado aumentou para 631 mil euros.
Nuno Amado, BCP
Miguel Baltazar
Nuno Carregueiro 23 de Abril de 2018 às 20:47

A comissão executiva do BCP auferiu uma remuneração total (bruta) de 3,779 milhões de euros no ano passado, um valor que representa uma subida acentuada de 81,7% face registado em 2016.

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Os valores foram revelados no relatório e contas do BCP, publicado esta segunda-feira no site da CMVM. E a forte subida é explicada pelo facto de os salários dos gestores terem sido cortados durante o período em que o banco recebeu ajudas do Estado, que limitavam a sua política de remuneração. O aumento do número de administradores executivos também explica parte do aumento, já que João Palma entrou no banco no início de 2017, o que elevou o número de elementos de sete para oito.

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Com o reembolso ao Estado no ano passado, os administradores do banco, bem como os trabalhadores com salários mais elevados, deixaram de ter cortes a partir de Julho, tal como Nuno Amado anunciou na apresentação dos resultados de 2016, no início do ano passado.

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De acordo com o relatório e contas de 2017, o CEO Nuno Amado auferiu 631 mil euros no ano passado, o que traduz um aumento de 63,8% face aos 385 mil de 2016. Quanto aos vice-presidentes Miguel Maya e Miguel Bragança, a remuneração passou para mais de 500 mil euros, enquanto os restantes quatro administradores executivos auferiram 441 mil euros (apenas João Nuno Palma ganhou um pouco menos por ter sido cooptado depois do arranque do ano), contra 269 mil euros em 2016.  

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Do total que pagou aos oito administradores executivos em 2017, o BCP reteve 1,693 milhões de euros em IRS. Em 2016 reteve 876 mil euros a sete administradores.

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Reembolso ao Estado descongelou salários de administradores e trabalhadores

 

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Foi depois de concretizar o aumento de capital de mais de mil milhões de euros no arranque de 2017 que o BCP desembolsou os 700 milhões de euros que faltavam do empréstimo estatal concedido em 2012.

 

Esta ajuda limitou os salários dos administradores, que segundo Nuno Amado tiveram um corte médio de 22% nas suas remunerações durante esse período.

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Os trabalhadores com salários mais elevados também viram as remunerações cortadas, sendo que os níveis anteriores à ajuda estatal também foram repostos em Junho. Desde 2014 que os trabalhadores do BCP com remunerações acima de 1.000 euros brutos mensais tinham os salários cortados entre 3% e 11%.

(notícia actualizada para dar conta de aumento do número de administradores de sete em 2016 para oito em 2017)

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