BCE considera adequadas reservas de liquidez dos bancos europeus

Na análise de sensibilidade ao risco de liquidez dos bancos da Zona Euro, no âmbito dos testes de stress de 2019, o Banco Central Europeu conclui que a vasta maioria da banca que superviona diretamente está em situação de liquidez "confortável".
Andrea Enria
Reuters
Carla Pedro 07 de Outubro de 2019 às 19:09

O Banco Central Europeu (BCE) divulgou nesta segunda-feira, 7 de outubro, os resultados da sua análise de sensibilidade ao risco de liquidez dos bancos da Zona Euro, no âmbito dos testes de stress de 2019. E conclui que a vasta maioria das instituições financeiras que supervisiona diretamente está numa "situação confortável, em termos gerais de liquidez, apesar de algumas vulnerabilidades que requerem atenção adicional".

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Segundo este relatório, foram identificadas vulnerabilidades que exigem uma atualização em termos de supervisão, especialmente no que diz respeito a moeda estrangeira, qualidade dos dados e gestão de garantias (os chamados colaterais).

 

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Este teste de resiliência da liquidez dos bancos da Zona Euro, cuja análise se centrou nos hipotéticos choques idiossincráticos de liquidez, focalizou-se no risco de liquidez de curto prazo, "que é um novo perfil de risco dos testes de stress e que não se inclui nos testes de stress alargados a toda a União Europeia". Ou seja, os supervisores quiseram saber durante quanto tempo os bancos conseguiram manter a sua atividade no caso de um choque que não lhes permitisse ter acesso aos mercados de financiamento.

 

Foram analisados 103 bancos, ao longo de quatro meses, e 51 deles (quase 50%) reportou que teria um período médio de sobrevivência superior a seis meses em caso de choque adverso. Isto daria aos bancos mais tempo para reagirem à turbulência financeira do que antes da crise de 2008, conclui o relatório do BCE.

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Numa situação de choque extremo, apenas 26 bancos disseram que se aguentariam mais de seis meses – a média do período de sobrevivência seria de quatro meses.

Nos casos de choque extremo, 90% dos bancos disseram que se manteriam de pé durante mais de dois meses – e somente 11 consideraram que não conseguiram sobreviver 60 dias.

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O relatório lança ainda um alerta: é que alguns bancos poderão estar a subestimar o impacto desencadeado por um corte do seu "rating", já que é um cenário que costuma levar à saída de capital das instituições. "Os bancos com experiências recentes de ‘downgrade’ tendem a reportar um maior impacto do que os seus pares", sublinha o BCE. 

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