Centeno é “um bom nome” para o BCE. E o Governo deve apoiar a candidatura

Após um mandato à frente do regulador da banca nacional, os banqueiros fazem uma avaliação positiva. Tanto que consideram que será um bom nome para assumir a vice-presidência do Banco Central Europeu.
Miguel A. Lopes / Lusa
Paulo Moutinho e Susana Paula e Hugo Neutel 15:05

Um português só por ser português não é currículo para assumir quaisquer funções de relevo na Europa. Mas Mário Centeno não é um português qualquer. O ex-ministro das Finanças, que terminou recentemente o seu mandato no Banco de Portugal, é visto como “um bom nome” para representar o país num alto cargo europeu. É apoiado pelos banqueiros na corrida à vice-liderança do Banco Central Europeu (BCE).

“Ser um representante português só por ser português, se for mau, não”, dia Miguel Maya, CEO do Milennium BCP. “Não é por ser português que deve ser necessariamente promovido” para um qualquer cargo europeu, acrescenta Francisco Cary, o administrador da Caixa Geral de Depósitos, na conferência “Banca do Futuro”, organizada pelo Negócios.

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“Pessoas boas em primeiro lugar. Pessoas boas portuguesas, em segundo lugar. Se for em patamares de igual competência, prefiro, de longe, um português”, atirou Miguel Maya, rematando: “Centeno é um bom nome para assumir essa função” no BCE, apontando ao cargo atualmente ocupado por Luis de Guindos. “Tem o currículo, a experiência, as qualidades”, acrescenta Cary.

A vice-presidência do BCE é ”um lugar chave [nos centros de decisão europeus]” e ter um português “ajudaria a compreender os desafios sentidos em Portugal”, disse Francisco Cary.

“Um português em qualquer lugar de destaque na Europa, é importante”, defendeu João Pedro Oliveira e Costa, CEO do BPI, que considera que embora Centeno tenha o currículo necessário para o cargo, é importante que possa também contar com o apoio do Governo português.

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“O Governo deve apoiar uma candidatura. Deve apoiar qualquer português num lugar importante na Europa. Precisamos de mais pessoas em lugares importantes, nos lugares de decisão, para termos influência”, acrescentou o responsável máximo do banco detido pelo La Caixa.

Pedro Castro e Almeida alinha com a necessidade de Portugal se posicionar no apoio a Centeno. “Faz todo o sentido Portugal posicionar-se” na corrida aos cargos do BCE, afirmou durante a conferência.

“Não há meias medidas, faz todo o sentido, tem de fazer parte da agenda do Governo ter portugueses em cargos europeus”, disse o CEO do Santander Portugal que está a ser apontado para “chief risk officer” do Grupo Santander. “Esta é uma preocupação que existe em todos os países”, salientou.

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