RBS falha testes de stress no Reino Unido e acções afundam mais de 4%
O Royal Bank of Scotland, maioritariamente público, chumbou nos testes de stress levados a cabo pelo Banco de Inglaterra, mas já prometeu reforçar a sua solidez, cortando custos e vendendo activos.
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A instituição foi, entre as analisadas nos mais exigentes testes de sempre, a única a não conseguir atingir os objectivos mínimos, revelam os resultados do exercício divulgados esta quarta-feira, 30 de Novembro. Um cenário que está a pressionar a negociação das acções, que estão a ceder 4,26% para 188,60 pence.
Contudo, aquando da identificação das fragilidades de capital, a instituição submeteu um novo plano de capitalização - segundo o The Guardian no valor de cerca de dois mil milhões de libras, ou cerca de 2.346 mil milhões de euros à cotação actual - que entretanto já obteve luz verde das autoridades.
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"Tendo por base a avaliação de resiliência do próprio RBS, feita durante os testes de stress, o RBS já actualizou o seu plano de capitalização para incluir mais acções de reforço de capital e este plano foi aceite pela Autoridade de Regulação Prudencial [PRA na sigla em inglês]," afirmou esta entidade em comunicado citado pela Bloomberg.
Em comunicado, o RBS fez saber que entre as medidas previstas está a continuação do corte de custos, a redução nos activos ponderados pelo risco e a venda de carteiras de crédito pessoal e comercial.
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"Estamos comprometidos em criar um banco mais forte, simples e seguro para os nossos clientes e accionistas. (...) Tomámos mais medidas importantes em 2016 para reforçar o nosso capital, mas reconhecemos que há mais a fazer para recuperar a resiliência do banco," afirmou o administrador financeiro do banco,Ewen Stevenson, citado pela Bloomberg.
A PRA continuará a acompanhar o processo de reforço da solidez do banco que é detido pelo Estado em 73%, desde que foi resgatado em 2008.
No banco Barclays e no Standard Chartered também foram detectadas situações de "inadequação de capital", mas a Autoridade de Regulação Prudencial não exigiu a revisão dos planos de capitalização associados. O Barclays já tinha anunciado medidas para reforçar o seu capital, nota o The Guardian, enquanto o Standard Chartered não deverá fazer alterações adicionais, alegando que foi o aumento de capital que já levou a cabo este ano que lhe permitiu superar os exercícios do Banco de Inglaterra.
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O HSBC, o Lloyds (liderado pelo português António Horta Osório), a filial britânica do Santander e o Nationwide Building Society também foram abrangidos pelo exercício da autoridade monetária e superaram-no com sucesso.
O cenário a que a PRA submeteu os bancos abrangidos pelos testes tinha por base cinco anos durante os quais coincidia uma recessão global (uma queda de 1,9% da economia), uma queda dos preços do imobiliário (31%) e nos das propriedades comerciais (de 42%), a economia britânica a cair 4,3% e o desemprego a aumentar 4,5 pontos percentuais. A isto acrescia ainda uma descida dos preços do petróleo para menos de metade do valor actual - rondando os 20 dólares.
O exercício, que levou em conta os balanços das instituições no final de 2015, obrigava a que, perante os testes, estas conseguissem preservar capital equivalente a 4,5% dos seus activos ponderados pelo risco a que acresce um requisito suplementar (denominado "Pilar 2A"), cuja ponderação varia de banco para banco.
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A posição de capital do RBS apresentou um rácio de solvabilidade Common Equity Tier 1 (CET1) de 5,9% depois dos testes (abaixo dos 6,6% estabelecidos como limite mínimo pela autoridade monetária) e um rácio Tier 1 de 2,9%, abaixo do mínimo de 3% exigido.
(Notícia actualizada, pela segunda vez às 10:06 com actualização da cotação)
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