S&P: Banca nacional só deverá regressar aos lucros em 2018
A Standard & Poors (S&P) emitiu uma análise ao risco da banca portuguesa, apontando para o ainda elevado nível de activos problemáticos e para a baixa rentabilidade, provocada pelas reduzidas taxas de juro praticadas.
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"Os bancos portugueses continuam expostos a riscos económicos mais elevados do que alguns dos pares europeus", realça a agência de notação financeira numa nota publicada esta quinta-feira, 22 de Junho, onde prevê que a economia portuguesa cresça 1,6% este ano e 1,5% nos próximos dois anos. Valores que ficam abaixo da previsão de muitos economistas, que têm vindo a rever em alta as suas estimativas para a economia portuguesa, apontando para o crescimento do produto interno bruto (PIB) superior a 2% este ano.
"Apesar das melhorias recentes, antecipamos que a alavancagem do sector privado permaneça elevada, próxima dos 140% em 2019, o que inibe uma recuperação mais dinâmica" do sector.
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Esta conjuntura fará com que seja "improvável" que os bancos consigam reduzir de forma rápida o nível de activos considerados problemáticos. "Prevemos que o rácio de activos problemáticos continue a ser de 20% em 2019", acrescenta a mesma fonte.
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"Prevemos que o sistema bancário português continue a reportar prejuízos em 2017 e só reporte lucros limitados em 2018", num período em que a capacidade de gerar lucros recorrentes "continua sob pressão significativa" e em que "os custos operacionais são elevados".
"Apesar dos recentes avanços, a maioria dos maiores bancos continuam em reestruturação." Além disso, realça a S&P, poderá observar-se "distorções no mercado porque o Governo português controla uma parte importante do sistema bancário."
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O risco associado à banca portuguesa também se mantém "estável" porque, na perspectiva da S&P "o sistema bancário português vai lutar para melhorar a sua rentabilidade e eficiência à luz das actuais taxas de juro", que estão em mínimos, além de terem em mãos "um grande stock de activos problemáticos."
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"Apesar de os planos de reestruturação estarem a progredir bem na maioria dos bancos, esperamos que ainda demore algum tempo até que isto se traduza em fortalecimento da rentabilidade doméstica", acrescente a mesma fonte.
"Perspectivas de rentabilidade modesta, conjugado com a ausência de uma solução efectiva para os activos problemáticos, deverá continuar a dificultar o acesso dos bancos ao mercado grossista de dívida a um custo suportável", salienta a S&P.
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"Antecipamos que os bancos continuem estruturalmente dependentes de financiamento externo e isso deixa-os vulneráveis nas oscilações de confiança dos investidores."
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