"Saí da CGD por divergências" sobre política de crédito do banco

O atual presidente da Associação Mutualista Montepio Geral e antigo administrador da CGD diz ter saído do banco estatal por não concordar com o rumo que a política de crédito da instituição financeira estava a tomar.
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Foto: Lusa Tomás Correia Foto: Inês Gomes Lourenço Tomás Correia
Rita Atalaia 28 de Maio de 2019 às 16:58

Tomás Correia, administrador da Caixa Geral de Depósitos (CGD) até 2003, diz ter saído do banco estatal por não concordar com a política de crédito que estava a ser adotada, nem com a estratégia para a atividade internacional. 

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"Tínhamos na Caixa uma prática muito conservadora, no sentido de constituição de garantias e de discussão aberta em conselho de crédito no qual todos podiam livremente dar o seu contributo e enriquecer as decisões", diz Tomás Correia aos deputados, esta terça-feira, 28 de maio, na comissão parlamentar de inquérito à gestão da CGD. 

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Mas "essas práticas perderam-se", o que criou "um grande desconforto da minha parte" e levou "à minha saída" do banco, naquele que foi "o dia mais triste da minha vida". 

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"O caminho de perda da cultura conservadora na análise de risco não conduziria a bons resultados. Gostaria de ter estado errado", nota.

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Além de discordar da política de crédito que estava a ser seguida pela CGD, Tomás Correia também não concordava com a estratégia do banco, nomeadamente para a atividade internacional, área que chegou a acompanhar dentro da instituição financeira.

 

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"Fui durante muito tempo responsável pela área internacional. Tive forte responsabilidade no projeto de desenvolvimento da Caixa no Brasil", explica. Mas "a dada altura entendeu-se que este projeto era muito difícil e arriscado. Eu entendia que não era". 

 

Nesse sentido, Tomás Correia diz ter pedido "para deixar de acompanhar a atividade internacional porque percebi que queriam vender a operação no Brasil". Algo que o levou a sair do banco em 2003.

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Tomás Correia foi administrador da Caixa até 2003, período abrangido pela auditoria da EY que deu origem à segunda comissão parlamentar de inquérito sobre a recapitalização e gestão da CGD.

 

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António Tomás Correia chegou à administração da CGD em 1996, em conjunto com Alexandre Vaz Pinto, Herlander Estrela e José Manuel Pereira, numa equipa presidida por João Salgueiro.

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