Trabalhadores do Novo Banco sem qualquer prémio pela venda

Depois de terem demonstrado a profunda indignação perante a eventual atribuição de prémios de 1,1 mil milhões de euros aos administradores da Lone Star, mas também do banco, o pedido dos trabalhadores do Novo Banco para também eles serem reconhecidos com um bónus pela venda da instituição teve resposta. Não há qualquer verba adicional a destinar aos colaboradores.

"Fomos informados pelo CEO e pelo Presidente do Conselho Geral de Supervisão que os Trabalhadores não serão contemplados com qualquer prémio extraordinário pela venda do Novo Banco", refere a Comissão Nacional de Trabalhadores (CNT).

Esta resposta surge depois de algumas tentativas. Os trabalhadores fizeram em julho “um pedido formal ao CEO do Novo Banco, reiterado o mesmo em 4 de setembro, junto do Presidente do Conselho Geral de Supervisão”, mas só agora houve uma resposta, embora não a desejada.

"Mais uma vez, ouvimos palavras de 'reconhecimento e valorização da dedicação, profissionalismo e resiliência demonstrados por todas as equipas ao longo do processo de reestruturação'. No entanto, consideram que a melhoria da EVP (proposta de valor para os Trabalhadores) e os bónus atribuídos no último ano são suficientes", acrescenta o comunicado.

Os trabalhadores reforçam a indignação com o diferente tratamento no que toca a prémios pelo sucesso da venda da instituição ao BPCE por uma soma global de 6,4 mil milhões de euros. Para a Lone Star, o encaixe será de 4,8 mil milhões.

"Reiteramos que foi graças ao empenho, profissionalismo, resiliência e dedicação dos trabalhadores que o Novo Banco superou os desafios de um exigente processo de reestruturação, mantendo a sua missão, reputação e estabilidade", dizem. "São os trabalhadores os verdadeiros protagonistas desta recuperação", acrescentam.

Apesar da resposta negativa da administração a bónus adicionais, a CNT diz que "não se conforma e irá desenvolver iniciativas para que os trabalhadores sejam, no mínimo, recompensados com um prémio de dois salários, o que representa cerca de 25 milhões de euros — apenas 2,27% dos 1.100 milhões que serão distribuídos. Uma migalha do grande bolo".

Para tentar forçar o pagamento desta bonificação, a CNT vai, "como primeira iniciativa", lançar "um abaixo-assinado" para demonstrar à gestão a insatisfação dos colaboradores do banco.