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Acionistas do Mediobanca dão "nega" ao Banca Generali. Acordo de 6 mil milhões cai por terra

O CEO do Mediobanca procurou alcançar um acordo para comprar o Banca Generali, de forma a evitar uma aquisição hostil por parte do Monte dei Paschi di Siena. No entanto, os acionistas rejeitaram os planos.

Alberto Nagel, CEO do Mediobanca, vê acionistas chumbarem proposta de aquisição do Banca Generali.
Alberto Nagel, CEO do Mediobanca, vê acionistas chumbarem proposta de aquisição do Banca Generali. Bloomberg
21 de Agosto de 2025 às 18:45

Os acionistas do banco italiano Mediobanca decidiram rejeitar uma proposta para comprar o Banca Generali no valor de 6,3 mil milhões de euros, que tinha como objetivo evitar que o primeiro fosse alvo de uma aquisição hostil por parte do rival Monte dei Paschi di Siena, o banco mais antigo do mundo ainda em funcionamento. A proposta foi introduzida pelo CEO da instituição financeira, Alberto Nagel, mas acabou por ser aceite apenas por 35% dos investidores. 

A Delfin, que detém o título de maior acionista do Mediobanca e que é controlada pela família Del Vecchio, decidiu abster-se na votação, enquanto o segundo maior acionista, Francesco Gaetano Caltagirone, decidiu rejeitar a proposta. Juntos, estes dois investidores têm cerca de 28% do capital do banco italiano. 

A primeira votação estava prevista ser realizada em junho deste ano, mas o CEO da instituição financeira decidiu adiar, numa primeira instância, o sufrágio para setembro, numa altura em que as negociações com o Banca Generali (que controla a seguradora Generali) estavam paradas. No entanto, com o último a mostrar-se mais recetivo, Nagel decidiu realizar a votação esta quinta-feira. 

A rejeição da proposta não caiu nada bem ao CEO, que diz ter sido uma "oportunidade perdida" para alavancar o banco e o setor, atribuindo a derrota a um "claro conflito de interesses", referindo-se a investidores como a Delfin e o empresário Caltagirone, que têm participações no Banca Generali e no Monte dei Paschi di Siena. Esta não é a primeira vez que estes dois acionistas entram em rota de colisão com o CEO do Mediobanca, contabilizando-se já algumas tentativas para retirar Nagel da direção do banco italiano. 

Os acionistas do Mediobanca têm agora até 8 de setembro para aceitar (ou não) a proposta de aquisição por parte do Monte dei Paschi di Siena - um sufrágio obrigatório segundo a lei italiana. Nagel já apelidou esta proposta de "sem sentido" e afirmou que a mesma tem apenas o objetivo de desvalorizar o valor da instituição financeira. A proposta avalia o Mediobanca em 13,3 mil milhões de euros, apesar de a capitalização bolsista do banco superar os 17 mil milhões. 

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