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Bancos prometem corte de rácio de malparado de 22% para 10% até 2021

Os supervisores consideram que os planos apresentados pelos principais bancos nacionais são "ambiciosos, mas realistas". Para já, a implementação está a decorrer conforme o planeado. Mas impacto do combate ao malparado ainda está por avaliar.

banqueiros banca félix morgado montepio António Ramalho Novo Banco Paulo Macedo CGD Nuno Amado BCP
banqueiros banca félix morgado montepio António Ramalho Novo Banco Paulo Macedo CGD Nuno Amado BCP Miguel Baltazar/Negócios
19 de Janeiro de 2018 às 16:12

Os seis bancos portugueses que mais preocupações causam no que diz respeito ao malparado, entre os quais CGD, BCP e Novo Banco, comprometeram-se, junto dos supervisores, a reduzir em mais de dez pontos percentuais o rácio de crédito malparado (NPL – "non-performing loans", na língua inglesa).

"Estes bancos tinham um rácio de crédito malparado médio de 22%, no final de 2016, e prevêem reduzi-lo para 10% até 2021", segundo o relatório pós-programa da troika publicado pela Comissão Europeia esta sexta-feira, 19 de Janeiro, que se debruça sobre a missão que teve lugar em Portugal entre 29 de Novembro e 6 de Dezembro.

O peso do malparado é uma das preocupações para a banca portuguesa, nomeadamente por obrigar a um maior provisionamento, que afecta a solidez de capital, e também porque impede a utilização de recursos em empréstimos produtivos. Nesse sentido, os bancos tiveram de submeter planos de diminuição dos NPL ao Banco de Portugal e ao Banco Central Europeu.

Segundo descrito no relatório, as principais medidas passam pela venda de carteiras de malparado, o que tem vindo a acontecer, mas também por recuperações e execuções bancárias. O grande foco das estratégias dos bancos é combater as vendas de NPL com origem em empresas não financeiras.

"O Banco de Portugal e o Mecanismo Único de Supervisão [liderado pelo Banco Central Europeu] consideram que os planos são ambiciosos, mas realistas, e, até aqui, a implementação está no bom caminho", sublinha a Comissão Europeia no relatório.

Uma das estratégias seguidas neste campo foi a constituição de uma plataforma de gestão de malparado entre a CGD, BCP e Novo Banco, os bancos com maior volume de crédito malparado, que também se mostraram disponíveis para receber outros concorrentes. A gestão da plataforma, ainda por implementar, é integrada, para permitir um trabalho junto dos devedores comuns, mas os créditos não saem do balanço das instituições, o que leva Bruxelas a considerar que não vai ser o grande motor de mudança.

A banca nacional tem vindo a cortar estes créditos de cobrança duvidosa – houve uma redução de 10,5 mil milhões de euros que fixou o volume de NPL em 40 mil milhões, no final de Setembro do ano passado. Contudo, como o montante total dos créditos concedidos também tem caído, o rácio de malparado não cedeu de forma tão abrupta: estava em 14,6%. Contudo, este valor é de todo o sector bancário e não apenas dos maiores bancos.

A Comissão Europeia considera que os planos de cada banco na redução de malparado, o enquadramento legal para as recuperações e insolvências de empresas, bem como o acompanhamento das autoridades de supervisão poderão ajudar a acelerar a diminuição do malparado. "Contudo, ainda é demasiado cedo para avaliar a eficácia da estratégia no corte de NPL. Só poderá ser feito quando todas as medidas estiverem na fase de implementação e começarem a produzir efeitos", conclui o relatório.

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