Faria de Oliveira promete "assegurar coesão da administração" da CGD
Reunião para distribuir pelouros deve ter lugar na próxima quarta-feira.
A preocupação do "chairman" da CGD não é alheia ao facto de a eleição da nova administração do banco do Estado ter resultado numa alteração do seu modelo de governação . Pela primeira vez na história da Caixa, vai haver cinco administradores sem pelouros executivos, cabendo a gestão executiva a sete elementos (três estreantes e quatro que transitam da anterior equipa). As nomeações do Governo para a administração da Caixa - que suscitaram críticas do líder do Bloco de Esquerda, Francisco de Louçã - precedem as alterações que Passos Coelho pretende fazer no regime de nomeações de dirigentes na Administração Central do Estado.
Como líder não executivo, Faria de Oliveira terá como "missão presidir ao conselho, colaborar na definição da estratégia da CGD, e coordenar a actividade da administração e das suas comissões de aconselhamento, ou seja, da comissão de auditoria, da comissão de estratégia e governação e da comissão de avaliação e remunerações", esclareceu o gestor, tendo em conta o que está previsto nos estatutos da Caixa. Já a liderança executiva da instituição (CEO) vai ser assumida por José de Matos, vice-presidente da administração da CGD.
Distribuição de pelouros será o primeiro teste
O primeiro teste à coesão da equipa deverá ter lugar apenas na quarta-feira, dia em que deverá ter lugar a reunião inaugural do novo conselho. O encontro chegou a estar pré-agendado para hoje, mas como o novo CEO esteve ausente em Frankfurt durante toda a semana passada - em representação do Banco de Portugal, de que até aqui era vice-governador -, José de Matos necessitará de tempo para passar a pasta no banco central.
Só no primeiro encontro de toda a equipa serão efectivamente designados os membros da comissão executiva (ver lista nesta página) e distribuídos os pelouros de cada administrador executivo. A grande incógnita recai sobre quem vai assumir a gestão da rede comercial da Caixa, área que nos últimos três anos foi da competência de Francisco Bandeira e em que nenhum dos administradores tem experiência.
Outra das questões em aberto diz respeito à hierarquia da comissão executiva. Segundo apurou o Negócios, António Nogueira Leite foi convidado para vice-presidente da comissão executiva da CGD. No entanto, os estatutos do banco do Estado não prevêem expressamente este cargo, o que não significa que impeçam a designação de vice-presidentes executivos. Caberá ao conjunto do conselho tomar uma decisão sobre este assunto.
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