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FMI quer bancos nacionais a dar crédito só com critérios comerciais

Os bancos portugueses devem dar crédito “guiados apenas por critérios comerciais”, recomenda o FMI. O relatório de Estabilidade Financeira defende que há balcões e trabalhadores a mais na banca nacional.

Reuters
19 de Abril de 2017 às 13:30

Os bancos portugueses devem "melhorar o seu sistema de governo interno para permitir que as decisões de concessão de crédito sejam guiadas apenas por critérios comerciais". A recomendação consta do Relatório de Estabilidade Financeira Global, publicado esta quarta-feira pelo Fundo Monetário Internacional (FMI).

A sugestão da organização liderada por Christine Lagarde não é alheia ao facto de uma das suas maiores preocupações relativamente à banca portuguesa ser o elevado nível de crédito malparado. "Em Itália e Portugal, dois dos países com rácios de malparado mais elevados, verificou-se uma pequena redução face aos máximos históricos alcançados. É necessário fazer progressos adicionais", sublinha o documento.

Daí que o FMI recomende o reforço da exigência na concessão de novos créditos e insista na "limpeza dos balanços dos bancos". "Para regressarem à rentabilidade e financiarem com sucesso o crescimento da economia, os bancos têm de limpar os seus balanços através de uma abordagem abrangente à reestruturação de dívidas, apoiada no aumento do capital, das provisões e imparidades para perdas com créditos e através da adequada avaliação e venda de malparado", defende o relatório.

O Fundo volta também a chamar a atenção para os problemas de excesso de capacidade instalada evidenciada pela banca nacional. "Em Itália, Portugal e Espanha há um elevado número de balcões e trabalhadores em relação ao valor dos activos bancários", assinala o FMI.

De acordo com os dados publicados no relatório, o mercado português apresentava os valores mais baixos de activos por agência e por pessoa, num conjunto de 12 países europeus, no final de 2015. Em média, cada balcão geria 80 milhões de activos e cada trabalhador era responsável por uma carteira de nove milhões.

Por esta razão, outra das recomendações do FMI para a banca de Portugal implica "reduzir os seus custos operacionais."

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