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Tecnologia é um acelerador, mas “nada se faz sem pessoas motivadas”

Setor financeiro tem de investir em tecnologia para se preparar para o futuro. Precisa de ser mais digital ao mesmo tempo que garante a segurança dos atuais clientes e inova nos produtos para captar novos.

 Setor financeiro tem de investir em tecnologia para se preparar para o futuro,
Setor financeiro tem de investir em tecnologia para se preparar para o futuro, João Cortesão
11:17

Não há dúvida que a banca tem vindo a investir na digitalização do seu negócio, mas ainda não é suficiente. Com a tecnologia a evoluir de forma extremamente rápida, nomeadamente por causa da Inteligência Artificial (IA), o setor tem que de reforçar a aposta, incorporando sistemas de análise de dados que torne os bancos mais eficientes. E tem também de enfrentar o desafio da captação de novos talentos, capazes de perceberem o negócio, com competências digitais para darem resposta às necessidades dos novos clientes.

“A IA é o grande risco emergente” para a banca, na perspetiva de Helena Minhava, CCO da Aon Portugal. Mas além de risco, é uma oportunidade para o sistema financeiro. A IA “tem de ser vista enquanto um acelerador em termos de eficiência, de otimização do trabalho”, refere a responsável na conferência “A Banca do Futuro”, organizada pelo Negócios.

Para agarrar essa oportunidade é necessário, contudo, investir. “Há três fatores que têm de ser acelerados: fazer evolução de sistemas antigos; assumir a segurança enquanto prática contínua; e investir nos recursos do banco”. Os “recursos do banco são a primeira ‘firewall’ de acesso aos dados” dos clientes, nota Nuno Sousa, Financial Services & Insurance Director da Claranet Portugal.

Parte deste trabalho será feito com a IA. “Na Claranet, temos ferramentas de IA para nos ajudar a enfrentar ataques e também para caracterizar ataques. 60% dos falsos incidentes já são detetados pela IA. E isso permite-nos focar no resto”, diz o responsável da tecnológica.

No caso da banca, “está numa fase de experimentação, de saber quais são as áreas” em que a IA pode ajudar. Mas é importante que os bancos estejam cientes de que a “IA tem de resolver problemas reais” para ser, efetivamente, relevante no seio das organizações, alerta Nuno Sousa. E é também “importante o desenvolvimento de IA interno para resolver casos práticos reais”, específicos do setor financeiro.

Colaboradores digitais

As mudanças tecnológicas estão a mudar o perfil dos trabalhadores do setor financeiro, com os bancos a terem a necessidade de contar com equipas diferentes das do passado. “Há necessidade de constituir equipas multidisciplinares”, defende Helena Minhava.

“Precisamos de perfis tecnológicos que criem uma linha de defesa” do banco, precisamos de “perfis de data analytics, que criem modelos robustos”, e é “inevitável o tema regulatório e de compliance”. “E do ponto de visto do negócio, continuamos a necessitar de pessoas que conheçam o negócio, o cliente, mas com competências digitais”, alerta.

Por isso, refere a CCO da Aon Portugal, é necessário que a banca tenha uma oferta diferenciada para captar estes recursos humanos. “Para atrair talento é necessário mais do que o salário. Os jovens procuram modelos com propósito”, diz. “Procuram modelos de trabalho diferenciado (remoto/híbrido)”, mas também planos de formação para sentirem uma evolução constante.

Novos produtos

“A banca de futuro tem de convergir no tema da tecnologia, das pessoas e do regulatório. E não esquecer que no centro da atividade estão os clientes”, diz Helena Minhava. E também esses clientes são, e serão cada vez mais, diferentes, com maiores exigências perante a banca tradicional.

Assiste-se, diz Manuel Requicha Ferreira, Sócio Coordenador de Bancário & Financeiro da Cuatrecasas, a uma “progessiva utilização de tokens de produtos”, embora “ainda estejamos num estado muito inicial”. Mas esse vai ser um tema relevante para a banca daqui para a frente, até pelas exigências dos novos clientes.

“A distribuição [destes produtos] vai ser uma exigência dos próprios clientes. Os novos clientes querem muito estes produtos. E os bancos não vão fechar a porta [a estes produtos] sob pena de perderem esses clientes”, alerta Manuel Requicha Ferreira.

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